Primeiro caso de Covid-19 em Wuhan foi de vendedora de mercado de animais

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Primeiro caso de Covid-19 em Wuhan foi de vendedora de mercado de animais

Estudo é do virologista Michael Worobey

Crédito: Skoleopgave1, CC BY-SA 4.0 via Wikimedia Commons

Em vez de um homem que nunca havia estado no mercado de animais vivos de Wuhan, o primeiro caso de covid-19 identificado na cidade, na China, é o de uma vendedora que trabalhava nesse mercado, segundo virologista Michael Worobey, do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.

O artigo do pesquisador, publicado na revista científica Science, também inclui uma linha do tempo dos primeiros casos conhecidos de covid-19 na cidade chinesa, com base em várias fontes, como notícias de jornais e informações disponíveis de hospitais. Ele considera que esses dados são indício de que o coronavírus Sars-Cov-2 teria mesmo se originado de um animal.

O mesmo Worobey fez parte de um grupo de 15 especialistas que publicou um artigo na Science em meados de maio pedindo uma consideração séria da hipótese de um vazamento do laboratório em Wuhan.

Críticas à tese

Worobey ainda rebateu duas críticas à teoria da origem animal. Enquanto uns diriam que as autoridades de saúde alertaram sobre casos de uma doença ligada ao mercado de animais já em 30 de dezembro de 2019 e isso teria introduzido um viés que levou à identificação de mais casos no mercado do que em outros lugares, o pesquisador analisou casos suspeitos de covid-19 relatados por dois hospitais antes de o alerta sobre o mercado ser acionado.

"Nesta cidade de 11 milhões de habitantes, metade dos primeiros casos está ligada a um lugar do tamanho de um campo de futebol", afirmou o cientista ao jornal The New York Times. "Fica muito difícil explicar esse padrão se o surto não tiver tido início no mercado."

Outra crítica à teoria se baseava no fato de o primeiro caso identificado em Wuhan – considerado o paciente zero pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – não ter relação com o mercado. Contudo, embora o relatório da OMS afirmasse que esse paciente estava doente desde 8 de dezembro de 2019, na verdade ele só adoeceu em 16 de dezembro, disse Worobey.

A dedução foi baseada em uma entrevista em vídeo que o cientista encontrou, a partir de um caso descrito em um artigo científico e a partir de um prontuário de hospital que correspondia ao homem de 41 anos, originalmente identificado como paciente zero. Isso significa que o primeiro caso de covid-19 conhecido seria, na verdade, da mulher que trabalhava no mercado, que adoeceu em 11 de dezembro. 

Com informações do Correio*

 

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