Vini Boy busca afirmação no Coliseu Extreme Fight

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Vini Boy busca afirmação no Coliseu Extreme Fight

Atleta da Fight House tenta retomada em duelo decisivo de MMA no Rancho do Maia

📷 Reprodução: Instagram - viniboy.alves

O Coliseu Extreme Fight desembarca no Rancho do Maia, em Maceió, nesta quinta-feira (11). Entre os baianos presentes no card, um nome retorna com peso próprio: Vinicius "Vini Boy" Alves, atleta de Cruz das Almas que fez de Feira de Santana sua base competitiva na Academia Fight House. Após quase dois anos afastado dos cages por lesão — mas sem jamais interromper os treinos — o faixa-preta de Jiu-Jitsu encara o pernambucano Nicolas "Durinho" Sávio em um duelo que ele define como "uma guerra entre dois strikers". Nesta edição, o evento não exige corte de peso, colocando ambos — originalmente atletas do peso-galo — frente a frente na divisão de 70 kg.

A trajetória recente de Vini Boy mistura resiliência, amadurecimento e um retorno moldado pela necessidade. "Fiquei quase dois anos parado por lesão, mas nunca deixei de treinar. Voltar logo em um dos maiores eventos do Brasil me motiva demais", conta. Mesmo longe das competições, ele se manteve próximo dos principais nomes da equipe, participando do camp de João "The Future" Carvalho, que disputa cinturão no Jungle Fight no dia 13 de dezembro. A retomada acontece justamente no momento mais fértil da história recente do MMA em Feira de Santana — que hoje abriga atletas do UFC, campeões do Jungle Fight e talentos com projeção internacional, como no UAE Warriors, nos Emirados Árabes.

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A ausência do corte de peso — decisão excepcional adotada pelo Coliseu — altera a dinâmica do confronto. Sem o desgaste extremo da desidratação, Vini acredita que todo o card tende a apresentar um desempenho acima do habitual. "Se o MMA fosse sempre assim, seria melhor para todo mundo. O corte de peso desgasta demais. Assim, lutarei com meu peso real de treino", explica. Para equilibrar a possível diferença de massa diante de oponentes naturalmente maiores, ele intensificou o trabalho físico com o preparador Guga Oliveira, buscando potência, estabilidade e eficiência nas quedas e no clinch.

Se a preparação física exigiu ajustes, a técnica segue como sua principal arma. Embora faixa-preta de Jiu-Jitsu, Vini não esconde que gosta mesmo é da trocação. "A galera acha que eu vou só botar pra baixo, mas não é isso. Tenho um Jiu-Jitsu muito forte, mas adoro trocar porrada. Sou imprevisível", afirma. Sobre o adversário, chega com respeito e estudo: "Nicolas Sávio é agressivo, perigoso, ótimo striker. Mas mapeamos bem as brechas e temos uma estratégia pronta para colocar em prática".

A previsão para o combate é clara: intensidade. "O público pode esperar porrada. Dois strikers indo para cima. E se cair no chão, vai ser grappler trocando porrada no chão também. Não existe luta amarrada comigo", projeta. O estilo agressivo e móvel — marca registrada ao longo da carreira — é parte da construção que o transformou em um dos atletas mais perigosos da Fight House, reconhecido por companheiros que hoje defendem eventos de elite como UFC e UAE Warriors.

Mas a história de Vini vai além do octógono. Filho e neto de vaqueiros, criado na roça e morador de Conceição do Jacuípe, ele carrega uma origem rara no MMA brasileiro. "Sou o único atleta de MMA da minha cidade. Isso pesa. Represento Cruz das Almas, represento Feira, represento a Bahia onde eu for", diz. A rotina é dura: dá aulas de Jiu-Jitsu, viaja diariamente para treinar e, sem patrocínio fixo, trabalha como entregador para complementar a renda. "Não consegui patrocínio para essa luta. Fiz meus corres como motoboy para juntar o dinheiro da viagem. Mas isso nunca me impediu de seguir".

A sinceridade e a entrega reforçam o ponto central: Vini Boy luta por mais do que a própria carreira. Luta por uma região que vive seu melhor momento, por uma equipe que se consolidou como uma das potências do Nordeste e por um sonho que não cede ao desgaste. A vitória em Maceió pode abrir portas maiores — e ele sabe exatamente o que busca. "Quero voltar ao Jungle para brigar pelo cinturão que não consegui levar. E quero lutar fora do país, principalmente em Abu Dhabi. Esse é meu foco para 2026".

Seja pelo retorno após a lesão, pela força da sua história ou pelo estilo explosivo que promete incendiar o Coliseu, Vini Boy chega à noite de quinta-feira como um dos personagens mais intrigantes e inspiradores do card. Ele garante que entregará sua melhor versão — "a versão atualizada", como diz. E, para alguém que atravessou roça, estrada, lesão, falta de patrocínio e ainda assim voltou mais forte, acreditar nisso parece menos torcida e mais constatação.

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Quarta, 10 Dezembro 2025

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