O Bahia empatou em casa com o América de Cali por 0 a 0 e, com isso, terá que vencer fora do país para avançar na Copa Sul-Americana 2025. A missão, por si só, já seria dura; mas o retrospecto coloca um peso extra nos ombros do time comandado por Rogério Ceni. Em 21 partidas internacionais como visitante, o Tricolor venceu apenas três — um aproveitamento de 28% que resume bem o tamanho do desafio. A última vitória fora do Brasil foi contra o Nacional-URU, ainda na fase de grupos da Libertadores.

Do ponto de vista estratégico, a equipe baiana oscila demais entre controle de posse e efetividade ofensiva. Contra o América, criou pouco e esbarrou nas próprias limitações, sobretudo na definição das jogadas. Erick Pulga e Cauly, que já decidiram jogos importantes, foram bem marcados. A zaga, apesar de sólida, sofre com o desfalque iminente de peças importantes. Resta saber se Ceni, que carrega bom histórico recente em mata-matas, encontrará o equilíbrio ideal entre segurança e ousadia — especialmente num jogo em que empate sem gols leva aos pênaltis.

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É justamente aí que entra o fator psicológico. O Bahia, em anos recentes, não conseguiu transformar boas campanhas em títulos ou grandes façanhas fora de casa. Se quiser mudar esse roteiro previsível, precisa entrar com outra postura na Colômbia. Rogério tem recursos, mas também carrega o fardo de decisões mal executadas em jogos-chave. É hora de transformar teoria em ação — e não apenas "jogar por uma bola", como tantas vezes já se viu em eliminações brasileiras pelo continente.

Aos tricolores mais antigos, essa história lembra as idas e vindas de tempos de Copa Conmebol, onde a viagem era longa e o retorno, quase sempre frustrado. Mas há um detalhe que não pode ser ignorado: o elenco de 2025 tem qualidade superior à média histórica do clube. E como dizemos aqui em Salvador com uma ponta de sabedoria popular: "quem tem medo de se molhar não atravessa rio". É chegada a hora do Bahia provar que aprendeu a nadar em águas sul-americanas.