Pituaçu recebe finais históricas dos povos indígenas baianos
Torneio celebra diversidade e reafirma o esporte como território cultural
O Estádio de Pituaçu, em Salvador, será palco nesta quinta-feira das finais do 1º Campeonato Estadual dos Povos Indígenas da Bahia Mupoiba. A partir das 8h30, Kiriri e Guerreiras do Oeste decidem o título feminino, seguidas pela grande final masculina às 10h. A competição, que reuniu representantes de seis regiões, Banzaê, Barreiras, Ilhéus, Paulo Afonso, Pau Brasil e Porto Seguro, teve início em 27 de outubro e movimentou aldeias e comunidades de todo o estado, com investimento de R$ 700 mil do Governo da Bahia.
Em campo, o torneio traduziu o encontro entre identidade e desempenho esportivo. No feminino, as Guerreiras do Oeste confirmaram a força do eixo sul ao superarem as Tupinambá, enquanto as Kiriri mantiveram o protagonismo do norte. Já entre os homens, Tuxá Coité, Kiriri de Banzaê, PSG Pataxó Hã Hã Hãe e Pataxó Barra Velha disputaram as semifinais, expressando estilos de jogo distintos, da intensidade física dos Pataxó à posse paciente dos Tuxá.
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Mais que troféus, o evento representa um marco simbólico para o esporte indígena na Bahia. A presença de delegações de diferentes etnias em um estádio de porte estadual reforça o direito à visibilidade e ao reconhecimento cultural. O formato estadual cria base para futuras competições regionais e fortalece a interlocução entre esporte, educação e políticas afirmativas.
A iniciativa marca um avanço institucional e simbólico. Pituaçu, tradicional reduto do futebol baiano, torna-se cenário de um gesto de reparação e celebração. O Mupoiba, junto à Sudesb, à Sepromi e à Secretaria de Educação, transformou o gramado em arena de pertencimento. O campeonato não se resume a gols e taças, mas à constatação de que o futebol, quando devolvido às origens, também é instrumento de memória e resistência.
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