Bahia tenta quebrar escrita histórica contra o Bragantino
Tricolor persegue vitória inédita em solo paulista após 35 anos
O Bahia entra em campo nesta quinta-feira com um duplo desafio: vencer fora de casa e, de quebra, romper um incômodo tabu que já dura 35 anos. O adversário é o Bragantino, dono de um histórico amplamente favorável como mandante no confronto — são 17 partidas desde 1990, com dez vitórias dos paulistas e sete empates. O embate, válido pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2025, também vale uma vaga no G-6: o Massa Bruta é o terceiro colocado, com 23 pontos, enquanto o Esquadrão aparece em sétimo, com 18.
Do ponto de vista técnico, o duelo opõe estilos contrastantes. O Bragantino aposta num modelo de jogo veloz e vertical, explorando os lados do campo e apostando no jogo físico. O Bahia, por sua vez, tem buscado um equilíbrio entre compactação defensiva e variações ofensivas com Everaldo e Juba. No entanto, fora de Salvador, o time segue padecendo de uma certa "miudeza tática", especialmente quando pressionado alto. A manutenção do trio de meio-campo pode dar ao técnico Rogério Ceni mais controle — mas não há muito espaço para erro em Bragança.
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O peso do retrospecto assombra, é verdade. Desde as quartas de final de 1990, quando arrancou um empate fora e depois avançou em casa, o Tricolor nunca mais venceu o Bragantino em solo paulista. Foram goleadas duras na Série B, empates amargos e derrotas recentes com roteiro parecido: Bahia bem no jogo, mas incapaz de conter a pressão final. No contexto atual, a lembrança desses jogos parece ecoar nos bastidores do Fazendão como um mandinga braba, daquelas que só o tempo (ou uma atuação histórica) desfaz.
A verdade é que a hora de virar essa página chegou. Não apenas pela classificação, mas pelo simbolismo. Um triunfo agora poderia ser o ponto de virada do projeto tricolor em 2025, ainda em construção após altos e baixos no primeiro semestre. O Bahia precisa se portar como quem quer quebrar escrita — e não só respeitá-la. Futebol também se escreve na marra, e talvez esteja na hora do Esquadrão mudar a letra desse capítulo. Afinal, quem vive de passado é museu — e na beira do campo, ninguém quer ser peça de exposição.
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