Bruno Henrique vira réu por fraude ligada a apostas
Flamengo tenta blindar elenco enquanto escândalo ganha corpo na Justiça
O futebol brasileiro amanheceu nesta quarta-feira com mais um abalo em sua já frágil credibilidade. Bruno Henrique, atacante do Flamengo e símbolo recente das glórias rubro-negras, foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal por estelionato e fraude esportiva. A acusação envolve o repasse de informação privilegiada sobre punição em campo, com o objetivo de beneficiar um esquema ilegal de apostas esportivas. O caso ainda cita o irmão do atleta e outras oito pessoas. A denúncia já tramita na Justiça Federal, podendo torná-lo réu nas próximas semanas.
Do ponto de vista esportivo, o impacto é imediato e sensível. Bruno Henrique, mesmo longe do auge técnico que viveu entre 2019 e 2021, segue sendo peça influente no elenco flamenguista. Sua presença em campo representa um desafogo em jogos travados e um norte para atletas mais jovens. No entanto, a acusação mancha sua imagem e coloca em xeque a gestão de crise do clube, que, até agora, mantém-se em silêncio público. Se confirmada a denúncia, o Flamengo será forçado a tomar decisões duras — sob pena de parecer conivente com práticas que ferem o espírito do jogo.
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O episódio joga sal grosso numa ferida antiga: a vulnerabilidade do futebol brasileiro ao aliciamento por esquemas de apostas. No Nordeste, já vimos atletas de times do interior baiano e sergipano serem afastados por suspeitas semelhantes, sobretudo em divisões inferiores, onde a fiscalização é mais frouxa e o salário, miúdo. A diferença, agora, é o tamanho do nome envolvido. Bruno Henrique não é qualquer um: é ídolo recente, herói de Maracanã lotado e de finais memoráveis. Ver seu nome associado a esse tipo de denúncia é como ver uma torre desabar no centro da praça.
Como jornalista que cobre bola há mais de 25 carnavais, arrisco dizer: o caso é grave, mas não definitivo. O devido processo legal precisa correr, e o atleta tem direito à defesa. No entanto, o Flamengo — e o futebol brasileiro como um todo — precisa parar de varrer a sujeira pra debaixo do tapete. Há uma desconfiança crescente nas arquibancadas e nos lares. E se a gente perder a fé no jogo limpo, aí nem acarajé salva o domingo. Que esse escândalo, ao menos, sirva de freio antes que o esporte vire, de vez, só negócio sujo de bastidor.
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