A sexta-feira foi dourada para a ginástica rítmica brasileira na Copa do Mundo de Milão. Na abertura da etapa italiana, o conjunto nacional se apresentou com autoridade na prova das cinco fitas e garantiu a primeira colocação na fase classificatória, com 25.950 pontos — superando Polônia (24.400) e Uzbequistão (24.100). A equipe formada por Duda Arakaki, Maria Paula Caminha, Mariana Gonçalves, Sofia Pereira e Nicole Pircio mostrou consistência e ousadia, empolgando a torcida e abrindo caminho para a final deste domingo.

Tecnicamente, a apresentação brasileira subiu o sarrafo: incremento na dificuldade dos elementos, sincronia nas trocas de aparelho e controle das linhas de execução. Os poucos deslizes foram neutralizados pela maturidade do conjunto, que vem ganhando estofo internacional desde os Jogos Pan-Americanos de Santiago. A performance sólida em Milão mostra que a renovação comandada por Camila Ferezin começa a colher frutos. A diferença para as rivais diretas — todas abaixo dos 23 pontos — evidenciou a boa leitura da arbitragem sobre a proposta brasileira.

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Mas a ginástica rítmica, como bem se sabe, é esporte ingrato com quem relaxa cedo. A prova mista deste sábado, que mescla arcos e maças, será decisiva para a soma total e o pódio do conjunto geral. A liderança de hoje é simbólica, sim, mas serve como alerta para adversárias tradicionais como Itália, Israel e China, que não tiveram um dia dos mais inspirados. Para o Brasil, vale manter o pé no acelerador e o foco no detalhe: a consistência de dois dias é o verdadeiro ouro.

Com o ciclo olímpico de Los Angeles 2028 ganhando contornos mais claros, resultados como este em Milão são combustível para o projeto de alto rendimento da modalidade. O Brasil, que já é respeitado no continente, quer se firmar também entre as potências mundiais. E como dizia um velho radialista do Recôncavo: "quem dança com fita e não erra o compasso, merece respeito no salão". Pois bem, as brasileiras dançaram — e com elegância de campeãs.