Corinthians cala o Allianz, elimina Palmeiras e avança com autoridade

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Corinthians cala o Allianz, elimina Palmeiras e avança com autoridade

Expulsão precoce desestabiliza Verdão, e Timão administra clássico com frieza 

📷 Reprodução: X (Twitter) - Corinthians

A noite de quarta-feira (6) foi daquelas que desafiam o protocolo. Em pleno Allianz Parque, o Corinthians venceu o Palmeiras por 2 a 0 e garantiu vaga nas quartas de final da Copa do Brasil de 2025, com 3 a 0 no agregado. O resultado não se explica apenas pelos gols de Gustavo Henrique e Matheus Bidu, mas, sobretudo, pela expulsão de Aníbal Moreno aos 11 minutos, fato que alterou os rumos de um dérbi já carregado de tensão. Com quatro expulsões palmeirenses ao longo do confronto — incluindo dois membros da comissão técnica —, a eliminação escancarou não apenas fragilidades táticas, mas uma quebra no eixo emocional do time de Abel Ferreira.

Do ponto de vista estratégico, o Corinthians foi competente e, acima de tudo, racional. Dorival Júnior armou sua equipe para um cenário hostil, de pressão adversária e gramado pesado — e encontrou um presente inesperado com a inferioridade numérica alviverde ainda no primeiro terço do jogo. A partir dali, o Timão assumiu o controle com posse segura, amplitude pelos flancos e paciência. Romero e Talles Magno alternaram infiltrações com inteligência, enquanto Garro foi peça-chave na cadência. O Palmeiras, por outro lado, teve dificuldade para reconfigurar sua estrutura. Nem as entradas de Veiga e Sosa no intervalo alteraram a lógica de um time disperso, previsível, e que, mesmo com mais posse (53%), finalizou menos e com menor precisão.

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A eliminação representa mais do que um tropeço pontual. Para o Palmeiras, é o segundo torneio de mata-mata encerrado antes das semifinais nesta temporada, o que agrava a instabilidade do trabalho de Abel Ferreira em 2025. Vaiado por parte da torcida no apito final — e respondendo com aplausos, num gesto que beirou a ironia —, o treinador luso terá que lidar com cobranças crescentes, especialmente após o desgaste da campanha irregular na fase de grupos da Libertadores. Já o Corinthians, mesmo longe de um elenco brilhante, ganha força simbólica. Avançar no principal clássico do país, e fora de casa, reforça a identidade competitiva que Dorival tenta imprimir. O time, que também briga no G-6 do Brasileirão, passa a ser um adversário desconfortável para qualquer chave.

O clássico, em sua essência, expôs algo mais profundo do que a estatística: o contraste entre um time que perdeu a cabeça e outro que ganhou no compasso. A atuação do Corinthians, embora longe de exuberante, foi madura — como um veterano que sabe onde pisa. Já o Palmeiras, mesmo com nomes consagrados e estrutura consolidada, sucumbiu ao próprio descontrole. O talento de Abel como estrategista é inegável, mas sua incapacidade recente de conter o colapso emocional da equipe se tornou um ponto cego. E como se diz lá em Feira, "quem não doma o próprio cavalo, acaba levando coice no lombo".

 

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Sexta, 08 Agosto 2025

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