Diogo Jota evita avião mas morre em viagem de carro
Atacante seguia recomendação médica após cirurgia pulmonar delicada
O mundo do futebol foi surpreendido nesta quinta-feira (3) pela morte precoce de Diogo Jota, atacante português do Liverpool, vítima de um acidente automobilístico na Espanha. O jogador de 28 anos viajava de carro após ter sido orientado por médicos a evitar voos, já que havia passado recentemente por uma cirurgia nos pulmões. O risco de pneumotórax, agravado pela variação de pressão em viagens aéreas, motivou a decisão de seguir por terra, na tentativa de reduzir as chances de complicação pós-operatória.
A recomendação médica é comum para pacientes submetidos a cirurgias torácicas. O ambiente pressurizado dos aviões pode desencadear hipóxia ou mesmo o colapso do pulmão, principalmente se houver presença de ar residual na pleura. Por isso, o deslocamento por terra, considerado mais seguro, foi a escolha prudente de Diogo e sua equipe. O problema, como se viu, foi que o trajeto rodoviário também traz riscos incontroláveis. Com seu irmão André Silva ao lado, Jota não resistiu a um acidente grave a caminho de Benavente, local de descanso antes de seguir para a Inglaterra de barco.
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Na Península Ibérica, a notícia caiu como uma bomba entre clubes e seleções. Portugal perde um atleta em plena maturidade, enquanto o Liverpool encerra um ciclo abruptamente. É uma tragédia que remete àquelas perdas que ecoam nos estádios por gerações, como a de Fernando Pascoal ou o baiano Cláudio Adão, que quase encerrou precocemente a carreira após grave acidente. Aqui na Bahia, o caso reacende a memória de episódios trágicos nas estradas do interior, onde tantos craques do passado também enfrentaram os perigos do asfalto.
A morte de Diogo Jota deixa a lição dolorosa de que a vida do atleta profissional é cercada de cuidados que vão além das quatro linhas, mas que, ainda assim, não há blindagem absoluta contra o imponderável. Mesmo seguindo as melhores orientações médicas, ele foi surpreendido pelo destino na estrada. Talvez reste ao futebol refletir se há, de fato, protocolos eficazes para esses deslocamentos delicados. O futebol mundial se despede de Jota e, entre lágrimas e homenagens, precisa também aprender com a tragédia que o tirou de cena tão cedo.
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