Everton Ribeiro mantém padrão de elite e expõe desafio do Bahia
Veterano chega a nona temporada seguida com dois dígitos produtivos
A marca impressiona pela longevidade: aos 36 anos, Everton Ribeiro alcançou a nona temporada consecutiva com pelo menos dez participações diretas em gols. O camisa 10 do Bahia soma três gols e sete assistências em 2025, desempenho que ajuda a explicar as conquistas do Estadual e da Copa do Nordeste, títulos que o clube não erguia juntos havia 24 anos. O feito, registrado no empate diante do Ceará, reforça a consistência de um meia que já acumula 522 jogos, 60 gols e 79 passes decisivos na carreira.
Do ponto de vista técnico, o rendimento traduz um estilo que sobrevive ao tempo. Everton nunca foi o jogador da explosão física ou do drible desconcertante, mas da leitura inteligente de espaços e da simplicidade eficiente no último passe. Ao longo de quase uma década, construiu um padrão de regularidade raro no futebol brasileiro, sustentado pela disciplina tática e pela capacidade de se adaptar a diferentes contextos, do Flamengo campeão da América ao Bahia que busca consolidar protagonismo nacional em 2025.
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As consequências do seu desempenho ultrapassam os números individuais. O Bahia tem em Everton uma peça de estabilidade em um elenco ainda em formação para grandes ambições na Série A. Sua produção recorrente garante margem de segurança em partidas de menor brilho coletivo. Ao mesmo tempo, o dado também revela dependência: a ausência de novos articuladores expõe a dificuldade do clube em renovar soluções criativas, algo crucial para enfrentar um calendário que cobra intensidade de ponta a ponta.
A leitura crítica é inevitável. Everton Ribeiro segue entregando respostas que desafiam o tempo, mas a insistência em seu protagonismo é também sintoma de um futebol brasileiro que recicla menos talentos do que deveria. Aplaudir o veterano é justo; acomodar-se em sua longevidade, perigoso. Se o Bahia pretende deixar de ser apenas competitivo para se tornar vencedor em escala nacional, precisará encontrar em campo e no mercado jogadores capazes de dividir a responsabilidade com o camisa 10. Afinal, regularidade infinita é virtude, mas não deveria ser plano de carreira de um clube inteiro.
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