Fábio reafirma longevidade no Fluminense e afasta hipótese de aposentadoria
Goleiro tricolor celebra marca histórica e projeta futuro nas mãos da fé
O Fluminense viveu um domingo de rara celebração: Fábio, aos 44 anos e próximo de completar 45, alcançou 1.391 partidas oficiais, tornando-se o jogador com mais jogos disputados na história do futebol mundial. A marca, que mistura resistência física e regularidade técnica, foi reconhecida em cerimônia no clube, onde o goleiro reafirmou sua condição de titular e, sobretudo, a recusa em estabelecer prazo para o adeus. Com contrato até o fim de 2026, o veterano sustenta a convicção de que aposentadoria não é tema para agora.
A longevidade de Fábio se explica em múltiplos fatores. No plano físico, a disciplina quase ascética em treinos e recuperação, além de uma rotina que privilegia constância em vez de excessos, permitiu-lhe atravessar gerações sem perder competitividade. No campo simbólico, o discurso religioso, reiterado em cada entrevista, funciona como motor psicológico: ele delega à fé o que outros definiriam como planejamento de carreira. Em um futebol marcado pela volatilidade, a imagem de um atleta que se ancora na espiritualidade tanto quanto na preparação física reforça uma narrativa rara de permanência.
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As consequências dessa postura vão além do indivíduo. Ao manter-se em alto nível, Fábio prolonga a estabilidade defensiva do Fluminense, que se beneficia de sua experiência em competições nacionais e internacionais. Em termos de gestão esportiva, a longevidade também impõe dilemas: investir em transição imediata para novos goleiros ou confiar que o veterano sustente o protagonismo por mais dois anos? Para a torcida, a presença em campo é ao mesmo tempo símbolo de segurança e risco calculado, já que a imprevisibilidade física aos 45 anos é inescapável.
É possível afirmar que Fábio transformou sua carreira em um estudo de caso sobre profissionalismo e resiliência. Mas há uma fronteira tênue entre confiança e teimosia. A fé, legítima como combustível, não pode substituir critérios técnicos na avaliação de desempenho. Se o Fluminense souber equilibrar reverência ao ídolo com planejamento realista, o clube terá mais a ganhar do que perder. Caso contrário, a história gloriosa pode se alongar além do ponto ideal. Até aqui, porém, a trajetória do goleiro segue como testemunho de que, no futebol, alguns capítulos resistem ao tempo — e este é um deles.
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