Fluminense e Chelsea reeditam elo forjado em Laranjeiras
Duelo inédito revive passagem inglesa no Rio em 1929
Fluminense e Chelsea medem forças nesta terça-feira, às 16h, pela semifinal da Copa do Mundo de Clubes da FIFA. Apesar de nunca terem se enfrentado oficialmente, os clubes compartilham um capítulo curioso da história do futebol: em 1929, o Chelsea disputou dois amistosos nas Laranjeiras, então epicentro do futebol carioca. Na ocasião, enfrentou uma seleção de craques do Rio de Janeiro — empatando o primeiro duelo e perdendo o segundo por 2 a 1. O tour dos ingleses pelo Brasil visava recuperar prestígio e caixa, em tempos de vacas magras e segundona na terra da rainha.
Em campo, o duelo de hoje representa mais do que estatísticas: opõe estilos e histórias. O Tricolor chega embalado por um resgate de identidade sob a batuta de Fernando Diniz, enquanto os Blues, sob nova reformulação técnica e tática, buscam afirmação no cenário global. Taticamente, o Fluminense aposta na posse cadenciada e nas quebras de linha com André e Ganso, enquanto o Chelsea, moldado por um modelo mais físico e reativo, tenta explorar as costas da defesa. O jogo promete ser menos amistoso que o de 1929 — aqui, quem errar, volta pra casa de mala vazia.
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Regionalmente, esse reencontro tem peso simbólico. O estádio das Laranjeiras, joia histórica do futebol brasileiro, viu nascer seleções, heróis e o profissionalismo no país. É quase poético que, em pleno 2025, o adversário da vez seja o mesmo que desceu de navio no porto do Rio, há 96 anos, buscando prestígio nos trópicos. O Chelsea que um dia enfrentou marinheiros e boêmios do Rio agora encara um Fluminense moderno, mas fiel às raízes — ou, como diriam lá na Baixa do Sapateiro, com o mesmo "requinte de bola e bigode fino".
Se a história tem gosto de volta ao passado, o futuro do Fluminense será medido no presente. Uma vitória sobre os ingleses não apenas recoloca o clube em mais uma final mundial, mas reafirma a força do futebol jogado com alma, coragem e inteligência tática. Que não se repita o pesadelo de 2023, quando o City aplicou quatro sem dó. O Fluminense que entra em campo hoje não carrega fantasmas — carrega memória, camisa e a chance de fazer história do lado certo da travessia.
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