Gerson aceita Zenit e encerra ciclo vitorioso no Flamengo
Saída acontece após o Mundial e envolve multa milionária à vista
O meio-campista Gerson, um dos pilares técnicos e emocionais do Flamengo atual, aceitou a proposta do Zenit e deixará o clube logo após a disputa da Copa do Mundo de Clubes, nos Estados Unidos. A equipe russa pagará a multa rescisória de 25 milhões de euros (R$ 158 milhões), valor que o Rubro-Negro exige receber de forma integral e imediata. Aos 28 anos, Gerson encerra sua segunda passagem pela Gávea com um currículo recheado e uma negociação que, apesar do gosto amargo para a torcida, é tratada internamente como financeiramente vantajosa.
Do ponto de vista técnico, o Flamengo perde um motor de meio-campo. Mesmo sem viver o mesmo esplendor de 2019, Gerson ainda ditava ritmo, cobria espaços com inteligência e dava cadência ao time — um "coração de área" que articulava transições e combatia com garra. Seu perfil, que mistura imposição física e leitura de jogo, não é fácil de repor. Ainda mais num calendário espremido como o de 2025, com Copa América, Mundial e a maratona do futebol brasileiro. É uma ausência que vai exigir mais do que reposição: vai cobrar reinvenção.
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Na Bahia, onde os olhos seguem atentos à movimentação do futebol nacional, a saída de Gerson acende um alerta em clubes que têm buscado no mercado sul-americano seus reforços de meio-campo. Bahia e Vitória, por exemplo, já sentiram na pele o desafio de encontrar peças que combinem talento e personalidade. No histórico recente, poucas saídas renderam retorno técnico equivalente — que o diga o torcedor tricolor quando Gregore partiu. A ida de Gerson ao Leste Europeu reforça uma tendência que, cá pra nós, tem mais a ver com cifrão do que com projeto esportivo.
Depois de mais de 25 anos acompanhando as idas e vindas da bola, aprendi que jogador vai, escudo fica. Mas o Flamengo, se quiser manter sua ambição global, precisa refletir sobre o quanto vale abrir mão de um atleta-chave por um negócio apenas "estrategicamente interessante". O clube pode até embolsar milhões agora, mas, se não acertar na reposição, vai acabar gastando dobrado lá na frente — e sem garantia de retorno. E como diz o povo lá no sul da Bahia: "dinheiro só é bom quando dá futuro".
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