Jon Jones se despede e deixa marca difícil de exaltar

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Jon Jones se despede e deixa marca difícil de exaltar

 Aposentadoria sela carreira brilhante e repleta de contradições graves

📷 Reprodução: X (Twitter) - JonnyBones

O UFC virou a página no último sábado com o anúncio da aposentadoria de Jon Jones, aos 37 anos, encerrando oficialmente a trajetória de um dos maiores nomes da história do MMA. Com um cartel impressionante e dois cinturões em divisões distintas, "Bones" deixa para trás números irretocáveis: 30 lutas, 28 vitórias e domínio sobre três gerações de adversários. Mas a despedida veio com o mesmo roteiro torto de sempre: polêmicas extracampo e a recusa em enfrentar Tom Aspinall, jovem campeão interino que parecia pronto para desafiá-lo de verdade.

Dentro do octógono, Jones foi um gênio. Técnica apurada, inteligência estratégica e um leque de golpes que parecia enxertado com talento de outro mundo. Venceu ícones, superou lendas e adaptou seu jogo com rara maestria ao longo dos anos. O problema foi o que não se treinava: os flertes constantes com o doping, as ausências prolongadas, e a recente fuga da cena de um acidente de trânsito, que mais uma vez mancharam seu currículo. Fugir da luta contra Aspinall foi, ironicamente, o último golpe baixo de um campeão acostumado a fugir mais fora que dentro do ringue.

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Olhando do sertão ao asfalto das grandes cidades, a história de Jon Jones ecoa como a de outros craques que carregaram mais dúvidas que aplausos. É impossível não lembrar de casos como o de Romário, que driblava a disciplina, ou de Edilson, que dançava com a bola e com a imprudência. Mas com Jones, a reincidência foi longe demais. No Brasil, onde o MMA criou raízes populares, as façanhas de Jones sempre chegaram com um certo "mas" atravessado. Em tempos de 2025, com o esporte amadurecido e os olhos mais críticos, esse tipo de herói já não cabe mais tão fácil.

Jon Jones se aposentou na hora que quis, mas talvez não da forma que deveria. Seu legado esportivo está cravado, sem sombra de dúvida. Mas no livro da história, o asterisco já está impresso, e quem conhece as esquinas do esporte sabe bem: a grandeza não mora apenas nos números. Vai caber agora às próximas gerações — como o próprio Aspinall — provar que é possível ser gigante sem precisar fugir da própria sombra. O octógono agradece. 

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Quinta, 26 Junho 2025

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