A 2ª etapa do Campeonato Baiano de Orientação acontece neste fim de semana na praia de Baixio, município de Esplanada, com uma programação que conjuga velocidade e resistência em ambientes naturais exigentes. Sob o patrocínio da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), o evento inaugura o Troféu Baixio de Orientação, reunindo atletas de variadas idades e perfis para provas nas modalidades sprint e floresta. A prova sprint, marcada para sábado, apresenta percursos que ultrapassam 2.700 metros, demandando agilidade e leitura precisa de mapas; no domingo, o desafio aumenta com o percurso de floresta, que supera os 6.300 metros e exige resistência e planejamento por até quatro horas.

Tecnicamente, a competição evidencia as especificidades que diferenciam a orientação das demais modalidades. O equilíbrio entre velocidade e capacidade de navegação espacial é fundamental, especialmente na modalidade sprint, cujo percurso curto não tolera erros na interpretação do mapa. Já a prova de floresta demanda não apenas preparo físico, mas controle mental e estratégia para administrar tempo e esforço diante de terreno complexo e variado. O uso de tecnologia por meio de chips eletrônicos para aferir a passagem pelos pontos de controle agrega rigor e transparência à disputa, ressaltando a evolução da modalidade mesmo em sua vertente regional.

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O impacto do evento vai além da disputa esportiva: ao promover inclusão ao adaptar percursos para idosos, crianças e pessoas com deficiência, a organização reforça o caráter democrático da orientação. Além disso, a iniciativa contribui para o fortalecimento do turismo ecológico e do esporte na Bahia, com potencial para ampliar visibilidade e investimentos futuros. A logística, que envolve transporte gratuito saindo de Feira de Santana, indica um esforço coordenado para ampliar a participação, reflexo do interesse crescente na modalidade e do compromisso público com o desenvolvimento esportivo local.

Do ponto de vista crítico, a realização do Troféu Baixio de Orientação sinaliza um avanço promissor, mas que ainda carece de maior divulgação e estruturação para alcançar o patamar das principais competições nacionais. A Bahia, terra de tantas riquezas naturais, dispõe de terreno privilegiado para o crescimento da orientação, porém a modalidade precisa de políticas públicas mais robustas e envolvimento das instituições esportivas para consolidar seu espaço. Que esta iniciativa sirva de impulso para que o esporte de orientação deixe de ser apenas uma aventura restrita e se transforme em fenômeno com potencial para formar atletas competitivos e apaixonados, como diriam os mais antigos, um verdadeiro axé para o esporte baiano.