Paiva usa título do Chelsea para cutucar Textor e Botafogo
Ex-técnico provoca após ser criticado por postura defensiva no Mundial
A conquista do Chelsea no Mundial de Clubes - com esquema defensivo de três volantes - rendeu a Renato Paiva sua revanche midiática. O ex-técnico do Botafogo, demitido por John Textor após a eliminação para o Palmeiras, ironizou nas redes sociais: "Chelsea jogando com três volantes... mas pode?". Dados revelam o contraste: o time inglês teve 42% de posse na final, enquanto o Botafogo mantivera 51% contra o Palmeiras - números que desmentem a tese de "futebol retrancado".
A análise tática expõe as contradições. O Chelsea de Maresca usou os três volantes para bloquear o meio-campo do PSG, com Palmer atuando como falso ponta. Já o Botafogo de Paiva enfrentou o Palmeiras com dois volantes (Danilo Barbosa e Gregore) e um meia de criação (Eduardo) - sistema similar ao que levou o Flamengo ao título da Libertadores 2025. Como se diz nos gramados baianos, "técnico demitido sempre tem razão na segunda-feira".
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Há uma lição cruel nessa história. Enquanto clubes europeus são pragmáticos (o Chelsea abraçou o contra-ataque sem pudores), no Brasil ainda se cobra "futebol arte" mesmo em jogos decisivos. Textor errou ao não entender que, em mata-mata, o resultado importa mais que o estilo - e Paiva soube aproveitar a ocasião para escancarar essa hipocrisia.
O episódio revela o abismo cultural entre os modelos. Enquanto na Europa técnicos são julgados por títulos, no Brasil ainda se mistura paixão com gestão. Paiva pode ter perdido o emprego, mas ganhou o debate tático - ainda que as cicatrizes dessa relação conturbada com Textor permaneçam abertas. Resta ao Botafogo torcer para que o novo técnico encontre o equilíbrio que seu dono tanto almeja - entre princípios e pragmatismo.
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