Vitória afunda mais uma vez e iguala seu pior momento
Estreia de Carille não freia sequência de sete jogos sem vitória
Não há mais dúvidas de que o Vitória vive um colapso esportivo em 2025. A derrota por 1 a 0 para o Internacional, no Beira-Rio, consolidou o segundo jejum de sete jogos sem vencer na temporada, um espelho do que o clube já havia vivido entre março e abril. A diferença é que agora há menos margem de reação, mais pressão interna e a estreia de Fábio Carille, contratado às pressas, serviu mais como símbolo da urgência do que como solução imediata. Com o revés em Porto Alegre, o Rubro-Negro soma apenas três triunfos nos últimos 22 compromissos – uma campanha que explicita a fragilidade técnica, a instabilidade emocional e a escassez de soluções consistentes.
Do ponto de vista tático, Carille pouco pôde mostrar: com apenas um treino e nenhum tempo de entrosamento, a equipe manteve os mesmos vícios defensivos – linhas espaçadas, dificuldade na recomposição pelo lado esquerdo e ausência de coordenação no terço final. A tentativa de compactar o meio-campo com Matheusinho recuado até funcionou por alguns minutos, mas a inoperância ofensiva foi gritante. Kayzer, isolado, praticamente não tocou na bola. O setor ofensivo, que já não marcava há três jogos, passou a ser previsível e pouco ameaçador, facilitando a vida de qualquer adversário minimamente organizado.
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A grande questão que fica no ar é se o Vitória terá fôlego para reagir no segundo turno do Brasileirão, ainda mais após a eliminação traumática na Copa do Nordeste. A queda precoce diante do Confiança, dentro do Barradão, foi simbólica: um clube com ambições regionais sendo derrotado por um adversário da Série C, dono da pior defesa da competição. A estreia de Carille, portanto, mais do que simbólica, escancara o tamanho da reconstrução necessária. A torcida, calejada, já sabe: técnico sozinho não faz milagre. Sem reforços imediatos e mudanças estruturais no elenco, o Leão continuará rugindo baixo.
O próximo confronto é contra o Botafogo, e a depender do resultado, o Vitória pode alcançar o pior jejum em sequência da temporada. O torcedor, que já se acostumou a remar contra a maré, olha com desconfiança para um time que parece preso num looping de erros. Como se diz aqui na Bahia: tem hora que parece que a vaca deitou. Mas no futebol, enquanto a bola rola, sempre resta uma fresta de esperança. E é nela que Carille vai tentar se segurar.
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