O mundo da bola foi sacudido por uma notícia nada esportiva, mas que envolve, e muito, os bastidores do nosso futebol. O recém-eleito presidente da CBF, Samir Xaud, deixou de declarar dois imóveis à Justiça Eleitoral quando tentou se eleger deputado estadual em 2018. Na época, apresentou um patrimônio modesto, de apenas R$ 200 mil, distribuído em três carros e uma moto. Mas, segundo documentos de cartórios de Boa Vista, a história era bem diferente.

De acordo com as informações, Xaud possuía, junto à esposa, uma casa de 583 metros quadrados no bairro Mecejana, comprada em 2013 por R$ 240 mil, além de outro imóvel no bairro Paraviana, este adquirido em 2007, via permuta com seu irmão. Curiosamente, esse segundo bem só apareceu na declaração de 2022, quando, pasmem, seu patrimônio declarado caiu para R$ 162 mil. É isso mesmo: em vez de crescer, diminuiu. Vai entender a matemática do cartola.

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Vale lembrar que omitir patrimônio em documentos oficiais não é coisa pequena. O artigo 350 do Código Eleitoral bate firme nesse tipo de prática, com previsão de até cinco anos de prisão e multa. Procurada, a CBF tratou logo de lavar as mãos, dizendo que não há qualquer irregularidade e que Xaud está limpo na Justiça Eleitoral. Já ele, preferiu o silêncio.

E não para por aí. Antes de assumir o comando do nosso futebol, Samir foi alvo de pelo menos cinco processos trabalhistas. Teve bens bloqueados, inclusive esses dois imóveis, por dívidas de salários, FGTS e até retenção de carteiras de trabalho de funcionários de uma loja de móveis da qual era sócio. Mesmo assim, venceu uma eleição boicotada pelos grandes clubes e hoje ocupa a cadeira mais poderosa do futebol brasileiro. Que fase, hein, amigo ouvinte?

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