Prisão abala bastidores e escancara crise no Cruzeiro
Torcida organizada vira foco judicial e mancha ambiente do clube
O futebol mineiro amanheceu sob forte tensão nesta terça-feira (10), após a prisão do presidente e do vice da Máfia Azul, principal torcida organizada do Cruzeiro. A operação "Hooligans", deflagrada pela Polícia Civil e com apoio da PM, cumpriu mandados em Contagem e Brasília, revelando um esquema que envolve agressões, roubos e possível tráfico. Em meio à temporada irregular da Raposa na Série B, a notícia recai como mais um peso sobre um clube que ainda busca reencontrar sua dignidade institucional.
Do ponto de vista estratégico, o caso vai além da esfera criminal: atinge diretamente a política interna e a relação do Cruzeiro com suas arquibancadas. A Máfia Azul, apesar das polêmicas, exerce influência real sobre conselheiros e até decisões administrativas — prática comum, mas perigosa, no futebol brasileiro. A ausência de um plano claro de distanciamento entre clube e organizada gera um vácuo de autoridade. Quando o torcedor vira agente do caos, o jogo deixa de ser esporte e vira campo de guerra.
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Na história recente, o futebol mineiro já viu episódios semelhantes — basta lembrar os conflitos que forçaram a adoção de torcida única nos clássicos desde 2024. No entanto, este caso reacende um velho temor: o de que parte da cúpula cruzeirense tenha se acostumado a terceirizar poder para manter a ordem em dias de crise. É um "jeitinho" que já custou caro a outros clubes do país, e que hoje cobra o pedágio em Minas. Aqui, como se diz no interior, "quem brinca com fogo uma hora sente o calor".
Em tom de advertência, este episódio precisa servir como divisor de águas. O Cruzeiro — clube centenário, de imensa tradição — tem a chance de romper com essa dependência simbiótica entre comando e arquibancada. Mas será preciso coragem para encarar os danos e reconstruir o ambiente de forma ética e segura. Que não se repita o velho script brasileiro: prende hoje, esquece amanhã, e no próximo domingo, tudo volta a ser empurrado com a barriga.
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