Sindicato denuncia Copa Mundial e critica Fifa por abusos
Saúde dos atletas é posta em risco em torneios internacionais
Em meio ao cenário esportivo global, a Fifpro, sindicato que representa os jogadores de futebol, levantou um grito de alerta contra a forma como a Fifa conduz a organização de torneios, sobretudo a Copa do Mundo de Clubes recentemente disputada nos Estados Unidos. O presidente Sergio Marchi chamou a competição de "pão e circo", denunciando a ausência de diálogo, o desgaste físico e mental dos atletas, e a priorização do lucro em detrimento da saúde dos protagonistas do futebol mundial. Com a Copa do Mundo de 2026 se aproximando, sediada nos EUA, México e Canadá, o sindicato pede que jogos em condições de calor extremo sejam vetados, medida urgente diante dos riscos observados.
Tecnicamente, a crítica da Fifpro aponta para um calendário saturado que impõe aos jogadores uma rotina extenuante, sem a recuperação adequada. A pressão para manter calendários inchados resulta em lesões frequentes, queda no rendimento e, em última instância, na perda de qualidade técnica dentro de campo. A ausência de diálogo entre a Fifa e os representantes dos atletas expõe uma gestão autoritária, que privilegia ganhos financeiros acima do respeito à integridade física e mental dos jogadores — insumo fundamental para o espetáculo do futebol.
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É, por assim dizer, um choque de realidade contra o brilho da festa global. A ironia de chamar a competição de "pão e circo" remete ao velho império romano, onde o espetáculo servia para distrair as massas enquanto a desigualdade e a precariedade avançavam. No futebol contemporâneo, a disparidade entre jogadores milionários e aqueles que vivem na incerteza revela a mesma dissonância. Para 2025 e adiante, é imperativo que a Fifa repense sua postura e coloque o atleta no centro das decisões, sob pena de perder não só o respeito, mas também a essência do próprio jogo.
Como quem conhece o corre do dia a dia das peladas e dos grandes estádios na Bahia sabe, "quem não cuida do feijão antes, não tem direito ao cheiro do tempero". O futebol vive da entrega do jogador — seja ele craque no Maracanã ou promessa em Campo Grande. Ignorar a saúde desse homem que corre, marca, cria e sofre é abrir mão da sustentabilidade do esporte mais popular do mundo. É tempo de mais diálogo, menos espetáculo vazio. Afinal, quem sustenta o circo não pode virar alvo da própria plateia.
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