Tarso Marques é preso dirigindo Lamborghini com queixa de apropriação em SP
Ex-piloto enfrenta acusações graves e vê legado corroído por escândalos sucessivos
O fim de semana em São Paulo trouxe à tona um episódio que manchou ainda mais a trajetória de Tarso Marques, ex-piloto de Fórmula 1 e figura recorrente do automobilismo brasileiro nas últimas três décadas. Aos 49 anos, ele foi detido na madrugada de domingo ao conduzir uma Lamborghini Gallardo sem placas, avaliada em mais de R$ 1 milhão, com registro de apropriação indébita e dívidas acumuladas, segundo a Polícia Militar. O caso foi formalizado no 14º Distrito Policial, em Pinheiros, sob suspeitas de receptação e adulteração de sinal identificador.
Do ponto de vista técnico-jurídico, o episódio escancara uma fragilidade recorrente: personalidades com visibilidade pública que se movimentam em zonas cinzentas do mercado automotivo, transitando entre o fascínio das máquinas e o risco das irregularidades. Marques, que construiu uma reputação também no nicho de customização de carros de luxo, tenta sustentar que apenas dirigia o veículo de um cliente, mas essa explicação, na prática, esbarra na responsabilidade objetiva de quem assume o volante de um bem com restrições judiciais.
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As consequências não se limitam ao inquérito policial. O episódio tem potencial para comprometer contratos comerciais e parcerias midiáticas que sustentavam sua imagem pública. Em tempos de rastreabilidade total e redes sociais em ebulição, cada desvio repercute com intensidade ampliada. Se outrora era lembrado por passagens na Indy e na F1, agora Tarso corre o risco de fixar-se no imaginário coletivo não pelo que acelerou nas pistas, mas pelo que estagnou nas investigações.
É inevitável constatar que há um descompasso entre o talento esportivo de outrora e a condução de sua vida civil. Num Brasil de 2025, em que o debate sobre ética e responsabilidade atinge até o futebol de várzea, não há espaço para narrativas de descuido. Marques deveria saber disso melhor do que ninguém. Ao insistir em minimizar o episódio, mais parece repetir o erro que o trouxe até aqui: acreditar que um detalhe, como a ausência de placas, poderia ser tratado como irrelevante. Não foi. E dificilmente será.
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