Teste biológico no atletismo reacende polêmica global
World Athletics quer saliva para decidir quem é mulher no esporte
A temporada de 2025 trouxe mais do que índices e medalhas no atletismo mundial. Em nome da integridade da competição feminina, a World Athletics anunciou um novo protocolo de verificação do sexo biológico das atletas, exigindo exames de saliva de todas que queiram competir. A justificativa oficial? Manter a equidade. Mas na prática, reacende um debate que o esporte parecia ter superado desde os anos 1990.
A medida afeta especialmente atletas com Distúrbios de Diferenciação Sexual (DDS), que não são mulheres trans, mas nasceram com variações genéticas raras. Casos como o da sul-africana Caster Semenya voltam ao centro das discussões. A bicampeã olímpica nos 800 metros foi barrada de correr em sua distância preferida após se recusar a baixar a testosterona por tratamento hormonal — um dilema que desafia tanto a ciência quanto a ética esportiva.
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Críticos afirmam que o novo teste se assemelha aos métodos arcaicos do passado, quando atletas eram enfileiradas e expostas em exames constrangedores. Hoje, o processo é mais tecnológico — usando PCR, o mesmo de testes de Covid-19 — mas não menos controverso. A espanhola María José Martínez Patiño, impedida de competir nos anos 1980 por ser intersexo, aponta a falha grave da federação: "Não se pode tratar questões médicas e identitárias da mesma forma".
Se por um lado a World Athletics tenta blindar a categoria feminina, por outro corre o risco de excluir talentos por critérios que ignoram a complexidade biológica humana. O esporte de alto rendimento é feito de superações — físicas, emocionais e, cada vez mais, políticas. E esse debate, meu amigo, está longe da linha de chegada.
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