Vasco leva goleada mesmo com elenco quatro vezes mais caro
Derrota escancara ineficiência diante de adversário bem mais modesto
O Vasco foi humilhado pelo Independiente del Valle na noite de terça-feira (15), em Quito, e não foi só o placar de 4 a 0 que incomodou. A discrepância entre o valor de mercado das equipes — quase quatro vezes maior do lado brasileiro — transformou a eliminação encaminhada num vexame corporativo. Segundo o Transfermarkt, o elenco cruz-maltino é avaliado em € 86,7 milhões (R$ 560 milhões), contra apenas € 22,5 milhões (R$ 145,3 milhões) dos equatorianos. Em campo, porém, essa superioridade sumiu no ar rarefeito do Atahualpa.
O time de Diniz, tecnicamente superior no papel, foi engolido taticamente. A expulsão de Lucas Piton cedo complicou o plano, mas não explica tudo. Faltou compactação, leitura de jogo e principalmente capacidade de resposta — uma constante nas equipes brasileiras quando enfrentam estruturas mais bem organizadas, mesmo que financeiramente menores. O Del Valle foi eficiente, disciplinado e clínico nas finalizações. O Vasco, por sua vez, esbarrou na própria pressa e numa zaga que pareceu perdida em altitude e raciocínio.
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Não é de hoje que o futebol sul-americano apresenta essas inversões: clubes brasileiros com mais dinheiro, estrutura e elenco tropeçando diante de adversários que maximizam cada centavo. Em 2025, o Vasco se insere nesse contexto com um agravante — sua dependência da Sul-Americana não era apenas esportiva, mas também financeira. A premiação da Conmebol, que chega a R$ 36 milhões para o campeão, representava uma oportunidade de oxigenar os cofres e justificar o investimento pesado em reforços. Sai derrotado também no orçamento.
É preciso dizer sem rodeios: o resultado de ontem foi mais que uma derrota esportiva — foi um sintoma. De que adianta ser milionário e perder para quem administra melhor o pouco que tem? A história do futebol ensina, e o torcedor baiano já viu isso na prática, que quem ganha jogo não é o cifrão, é o conjunto da obra. O Vasco ainda é grande, mas segue se comportando como quem não entendeu o novo jogo sul-americano. E o Del Valle, que já tinha fama, agora tem prova.
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