O tênis brasileiro vive um raro sopro de esperança em 2025. João Fonseca, de apenas 18 anos, subiu seis posições no ranking da ATP após sua campanha até a terceira rodada de Wimbledon e agora figura entre os 50 melhores do mundo, ocupando o 48º lugar com 1.116 pontos. Em Londres, foi eliminado pelo chileno Nicolás Jarry, mas deixou boa impressão. Com isso, o carioca se junta a um seleto grupo de brasileiros que conseguiram esse feito antes dos 20 anos — algo que nem mesmo Guga realizou.

Tecnicamente, Fonseca mostra evolução rápida, especialmente no saque e nas transições ofensivas. Seu jogo agressivo em quadra dura, combinado com uma mentalidade fria nos pontos decisivos, tem impressionado treinadores e veteranos do circuito. Ainda precisa refinar a movimentação lateral e lidar melhor com adversários de estilo mais cadenciado — como ficou evidente no duelo com Jarry. Mas o potencial físico e a leitura tática do jovem já o colocam como um nome a ser observado com atenção nos torneios norte-americanos.

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A próxima etapa da temporada será decisiva. Fonseca vai encarar uma maratona de torneios preparatórios rumo ao US Open, onde a expectativa — justa, mas perigosa — é de pelo menos uma campanha de oitavas de final. É cedo para falar em título, mas, com o cenário atual de renovação no top 10 da ATP, o brasileiro pode se aproveitar de sorteios acessíveis e consolidar seu nome num Grand Slam. O momento exige equilíbrio: saber onde pisa e não deixar a empolgação ultrapassar a realidade.

Para o Brasil, acostumado a viver de lampejos no tênis masculino desde os tempos áureos de Guga e Meligeni, Fonseca representa mais do que uma promessa. É a chance de retomar protagonismo em um circuito cada vez mais aberto. Com os olhos atentos da imprensa internacional e o peso simbólico de vestir o verde e amarelo, o garoto de Ipanema tem a raquete, o talento e o tempo ao seu lado. Agora, é deixar o jogo fluir — com jeito, mas sem salto alto.