Vitória desaba na base após crise e perde protagonismo nacional
Clube baiano vive apagão de talentos e tenta recomeçar do zero
O Vitória, outrora celeiro de craques que abasteceram o futebol brasileiro e renderam glórias internacionais, enfrenta hoje um cenário desolador em suas divisões de base. Depois de brilhar com títulos como a Copa do Brasil Sub-17 em 2015, o clube mergulhou num caos político que corroeu sua estrutura formadora. De lá para cá, as receitas despencaram, as revelações rarearam e o Rubro-Negro perdeu o selo de clube formador, o que abriu as portas para a debandada de jovens promissores sem qualquer proteção contratual.
Dentro das quatro linhas, o impacto foi direto e cruel. Com menos investimento, menor captação e estrutura precária — faltando até cama para os meninos, segundo relatos — o Vitória viu sua base despencar tecnicamente. O nível dos atletas caiu, as comissões foram desfeitas e o clube passou a negociar jovens de forma precipitada, como Lucas Ribeiro e Pedrinho, sem explorar o devido tempo de maturação. O resultado foi um vazio técnico que refletiu também no time profissional, afundado entre rebaixamentos e campanhas apagadas.
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Essa derrocada virou assunto recorrente até nas esquinas do Bonfim. Para quem viveu os tempos dourados da Toca do Leão, quando o Vitória era referência no país ao lado de Cruzeiro e São Paulo, é doloroso ver um clube com tamanha tradição formadora perder a hegemonia para rivais regionais e até para equipes de menor expressão. O que antes era uma fábrica pulsante, hoje virou um galpão silencioso, onde poucos garotos conseguem romper a barreira da base para o time principal.
Olhar para frente exige mais que esperança, exige ação. O Vitória precisa urgentemente recuperar sua capacidade de investimento, estabilizar sua política interna e, acima de tudo, resgatar a cultura de formação que já colocou o nome do clube no mapa do futebol mundial. O exemplo de Lucas Arcanjo, que resistiu ao vendaval e se tornou símbolo da base em meio ao caos, mostra que ainda existe chama no pavio. Mas sem planejamento firme, essa chama vira brasa morta. O Vitória precisa voltar a formar, antes que o tempo lhe roube também a última referência.
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