Vitória repete erro e demite Carpini sem planejamento
Treinador cai após intertemporada que clube desperdiçou por completo
O Esporte Clube Vitória voltou a ser notícia pelo motivo de sempre: instabilidade. Thiago Carpini foi demitido após a derrota para o Confiança, em pleno Barradão, no primeiro jogo depois de 25 dias de preparação. A queda do técnico encerra um ciclo de seis meses sem evolução coletiva e com apenas dois gols de bola rolando nos últimos treze jogos — número que fala por si só. O presidente Fábio Mota, em coletiva, reconheceu os erros da gestão, que novamente acerta o passo na marcha da confusão, e não no compasso da coerência.
No campo, o Vitória era um time desconexo, com dificuldades visíveis para construir jogadas e sem identidade tática clara. Carpini não conseguiu repetir em 2025 o que fizera no ano anterior, e a própria análise do treinador após a partida reforçou a falta de sintonia entre discurso e desempenho: "ainda estamos buscando encontrar o time ideal". Faltou jogo posicional, compactação sem bola e, acima de tudo, reação emocional — o time parecia entregue antes mesmo de levar o gol, numa apatia que virou regra no Barradão.
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A demissão, porém, expõe um erro mais profundo: o Vitória queimou o último suspiro de planejamento no momento mais impróprio. Trocar o treinador no reinício do calendário, com maratona de cinco jogos em 16 dias, é quase um pedido para o próximo nome falhar. Isso já virou tradição na gestão Mota, que desde 2022 repete a mesma dança das cadeiras: reformula elenco, muda diretor de futebol, troca o técnico e reza para dar certo. É como tentar remar contra a correnteza trocando de remo com o barco afundando — e ainda querendo chegar antes da maré.
Se há um alento — e há — ele vem do próprio torcedor rubro-negro, que apesar das decepções sucessivas, segue carregando o time na alma. O Vitória já superou rebaixamentos, crises políticas e dívidas impagáveis. O que falta é um projeto que pare em pé. Carpini não era a resposta, mas o momento de sua saída também não foi a pergunta certa. Em terra de improviso, planejamento é artigo de luxo. E o Vitória, mais uma vez, parece ter deixado o caderno de planejamento dentro da gaveta — trancado e sem chave.
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