Vitória tem repetido falhas decisivas e expõe fragilidade crônica nos segundos tempos
Time de Carille vem sofrendo desgaste físico, perde fôlego e entrega resultados importantes
O empate em 2 a 2 com o Juventude, no Barradão, não foi apenas mais um tropeço do Vitória no Brasileiro de 2025. Representou o terceiro jogo consecutivo em casa em que a equipe deixou escapar pontos por falhas nas etapas finais. O Rubro-Negro, que havia aberto dois gols de vantagem, sucumbiu novamente à sua maior debilidade: a queda de rendimento do primeiro para o segundo tempo. Os números ajudam a traduzir o problema. Em oito partidas sob o comando de Fábio Carille, o time marcou cinco gols antes do intervalo e apenas três depois dele, ao mesmo tempo em que sofreu oito dos dez tentos na reta final.
Do ponto de vista tático, a tendência é clara. O Vitória inicia os jogos com marcação ajustada e volume de finalizações superior ao dos adversários. No entanto, o recuo mal coordenado e a perda de intensidade após o intervalo transformam vantagens em risco. Contra Palmeiras e Juventude, os recuos foram quase convites para a reação. A posse de bola, que cai de 46% para 36% entre as etapas, ilustra a falta de capacidade de gestão. O adversário encontra espaços, amplia o número de finalizações — foram 91 contra apenas 39 do Vitória nos segundos tempos recentes — e empurra o time baiano para trás.
📱 FEIRA DE SANTANA NOTÍCIAS 24H: Faça parte do canal do Folha do Estado no WhatsApp
O impacto imediato é visível na tabela. Com 19 pontos em 20 rodadas, o Vitória ocupa a 17ª posição, dentro da zona de rebaixamento, e encara o líder Flamengo no Maracanã em um cenário de enorme pressão. Além da necessidade de pontuar, o clube convive com um departamento médico superlotado: nove atletas estão em recuperação, entre eles titulares importantes como Raúl Cáceres e Romarinho. Se a equipe não corrigir a vulnerabilidade na etapa final, a luta pela permanência corre o risco de se transformar em missão improvável já no início do returno.
A análise não permite indulgência. O problema não é apenas físico, como sugere Carille, mas estrutural. A preparação atlética deficiente pode explicar parte do colapso, mas há também escolhas estratégicas conservadoras que enfraquecem o time quando deveria consolidar vitórias. É legítimo reconhecer os limites do elenco, mas insistir em discursos de desgaste soa como cortina de fumaça. Se o Vitória deseja permanecer na elite em 2025, precisa abandonar a rotina de recuos ansiosos e aprender a controlar jogos até o apito final. Caso contrário, continuará a construir vitórias parciais que se dissolvem no segundo tempo — uma ironia cruel para um clube que historicamente se orgulha de sua força no Barradão.
📱 Acesse o nosso site RadioGeral e TVGeral
📲 Nos acompanhe também nas redes sociais:
Comentários:
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.