A polícia indiana anunciou nesta terça-feira (5) a detenção de todos os sete suspeitos envolvidos no estupro de uma turista brasileira, destacando a atenção para o problema persistente da violência sexual contra mulheres no país. No sábado (2), as autoridades haviam informado sobre a prisão de três indivíduos relacionados ao caso e a busca por mais quatro suspeitos. A vice-comissária do distrito de Dumka, Anjaneyulu Dodde, confirmou à CNN que os quatro suspeitos restantes já foram capturados.

O casal, que viajava de motocicleta do estado de Bengala Ocidental para o Nepal, foi encontrado na sexta-feira à noite por policiais em patrulha, de acordo com Pitambar Singh Kherwar, superintendente da polícia distrital de Dumka, no estado de Jharkhand. Após serem levados ao hospital, a mulher relatou ter sido vítima de estupro.

A Polícia, após identificar os suspeitos em fuga, formou uma equipe especial de investigação, conforme informou Kherwar. A Comissão Nacional para Mulheres da Índia (NCW) condenou veementemente o incidente, com a presidente Rekha Sharma oferecendo assistência à vítima, conforme comunicado publicado pela organização no sábado.

"Se um crime foi cometido, os culpados não serão poupados", disse no sábado.

A Índia tem enfrentado desafios persistentes na luta contra os alarmantes índices de violência contra mulheres, com diversos casos de estupro, notadamente aqueles envolvendo visitantes estrangeiros, ganhando destaque internacional e evidenciando a urgência da questão.

No ano de 2018, uma mulher britânica teria sido supostamente vítima de estupro enquanto se dirigia ao seu hotel no estado turístico de Goa. Dois anos antes, uma cidadã americana teria sido drogada e violentada por um grupo de homens em seu quarto de hotel cinco estrelas em Nova Delhi. Em 2013, seis homens foram condenados à prisão perpétua pelo estupro coletivo de uma turista suíça.

Conforme dados do National Crime Records Bureau da Índia, em 2022 foram registrados um total de 31.516 casos de estupro, representando uma média de 86 casos diários. Especialistas ressaltam que esses números registrados refletem apenas uma pequena parcela do real panorama, em um país profundamente patriarcal onde o estigma e a vergonha cercam as vítimas de estupro e suas famílias.