O vereador Pedro Américo explicou, nesta quarta-feira (12), na Câmara Municipal de Feira de Santana, a proposta que gerou ampla repercussão nas redes sociais e na imprensa, a ideia de transferir a Biblioteca Municipal Arnold Ferreira da Silva para o prédio do Legislativo. Após críticas, o parlamentar afirmou que sua intenção foi promover um debate sobre o modelo de funcionamento tanto da biblioteca quanto da própria estrutura da Câmara.

Ele destacou que o objetivo de suas sugestões é modernizar o acesso à leitura e repensar o papel dos espaços públicos diante da realidade que é digital e diz que defende o amplo debate, típico de uma democracia.

"Inicialmente eu digo que eu recebo com muita tranquilidade as reflexões e as críticas ao nosso debate. Na imprensa tem uma máxima que diz que nem sempre aquilo que você fala é aquilo que as pessoas entendem. Isso a gente precisa respeitar, como um parlamentar que defende a democracia e o amplo debate. Eu entendo que o direito ao contraditório é importante, por isso entendo que a gente precisa refletir sobre as críticas, mas colocar para as pessoas de maneira muito clara quais são nossos objetivos", diz

O vereador diz ainda que o prédio da Câmara Municipal não atende mais às demandas estruturais do Legislativo. Ele defende a criação de salas específicas para comissões permanentes, uma escola do legislativo e espaços voltados à memória política da cidade.

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"Quem me acusa de querer desconsiderar a memória de Feira de Santana, como se eu tivesse desconsiderando a cultura e quisesse destruir a biblioteca, é uma narrativa muito frágil a partir de apenas um recorte pontual da fala. Na verdade, a nossa proposta visa preservar, ativar e integrar a biblioteca à comunidade. Nesse prédio histórico que é a Câmara Municipal, poderia receber a biblioteca, junto com a estrutura toda do anexo, para a gente poder ter os livros físicos e trazer elementos que são essenciais ao funcionamento, pois a reserva de livro por si só não responde às necessidades da sociedade atual", rebate.

O parlamentar defende a ampliação da Câmara como estratégia e uma visão de um futuro a curto prazo, já que a população se faz cada vez mais presente no dia a dia da Casa da Cidadania.

"Temos um problema que é a Câmara Municipal que hoje não comporta aquilo que a gente precisa de um parlamento. A visão estratégica de futuro que eu tenho para a Câmera é uma Casa que tenha salas de comissões permanentes para fazer os debates específicos e temáticos da sociedade. Então a gente precisa de salas específicas para cada comissão, uma escola do legislativo que tenha auditório, salas de aulas para poder fazer com que a memória política, histórica de Feira de Santana e o debate sobre as inovações do setor legislativo nas discussões das legislações a nível nacional ela possa ser cada vez mais efetivado. A população tem sido cada vez mais participativa e o espaço tem ficado pequeno".

Américo acredita que o debate sobre a possível permuta entre os prédios da Câmara e da Biblioteca seria uma forma de estimular a discussão sobre a melhor forma de uso dos espaços públicos

"O projeto como esse exige um amplo debate e por isso a nossa provocação de fazer essa reflexão sobre a Câmara de vereadores de Feira de Santana, dentro de plano de vista do seu funcionamento mais pleno, que é ter capacidade de atender e dialogar com as demandas que a sociedade tem, mas também atender a necessidade do legislativo. Nós propomos a permuta dentro do debate de um segundo problema, trocar a Biblioteca Municipal para a Câmara. O prédio por si só, que hoje comporta a biblioteca, não resolve o problema de acesso ao conhecimento que a gente precisa ter. Quando eu propus e misturei as duas questões da câmara e da Biblioteca e disse que poderia o prédio da câmara abrigar a biblioteca é porque eu entendo que a gente teria uma oportunidade de, nessa mudança, com tempo e planejamento, construir um novo projeto, inclusive de uso, do espaço", defende.