O presidenciável Ciro Gomes (PDT) afirmou nesta quarta-feira (15) que "nunca chamou" o ex-presidente Lula (PT) de ladrão. Mais cedo, o petista saiu em defesa do antigo aliado, alvo de uma operação da Polícia Federal.

Ciro e seu irmão, o senador Cid Gomes, foram alvos de mandados de busca e apreensão em uma operação que investiga suposto esquema de corrupção envolvendo a reforma do estádio do Castelão (CE) para a Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil. O pré-candidato à Presidência atribuiu a ação ao presidente Jair Bolsonaro.

Quero prestar minha solidariedade ao senador Cid Gomes e ao pré-candidato a presidente Ciro Gomes, que tiveram suas casas invadidas sem necessidade, sem serem intimados para depor e sem levar em conta a trajetória de vida idônea dos dois. Eles merecem ser respeitados.

Ao UOL, o pedetista agradeceu e negou que tivesse chamado o adversário de ladrão, em entrevista à Rádio Bandeirantes horas antes. "Eu agradeço muito penhoradamente o gesto gentil, civilizado e democrático do presidente Lula em denunciar isso que eu sofri. Sou muito agradecido a ele, agradeci publicamente, enfim. O que eu, entretanto, disse na rádio é aquilo que eu tenho que continuar dizendo. Essa violência que se cometeu contra mim é para me calar. E eu apenas disse que vou continuar dizendo o que eu penso. Eu não acho que o Lula seja um ladrão; eu nunca disse isso. O que eu disse é que a denúncia de corrupção, eu continuarei fazendo, do Moro e do governo do Lula, porque senão eles terão conseguido o intento. Essa violência é para me intimidar", declarou Ciro.

Ao ser confrontado com suas palavras na entrevista à Bandeirantes, na qual disse se alvos de ataques para se tornar um "moderado" e não atacar "aqueles ladrões assaltantes da vida pública brasileira, como é o Bolsonaro e como foi o Lula", Ciro desconversou: "Quando eu quero chamar alguém de ladrão, eu chamo de ladrão. Acabei de dizer o que eu penso. O resto é provocação, que não guarda coerência com o meu momento espiritual".