Alexandre Padilha diz que investigações sobre Abin indicam organização criminosa sob Jair Bolsonaro

PolíticaAbin na mira da PF

Alexandre Padilha diz que investigações sobre Abin indicam organização criminosa sob Jair Bolsonaro

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão nesta segunda, 29

Crédito: Antonio Cruz/Agência Brasil

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), afirmou nesta segunda-feira (29) que as investigações envolvendo a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) indicam que havia uma organização criminosa a partir do Palácio do Planalto de Jair Bolsonaro (PL).

Questionado sobre a suspeita de interferência de integrantes da atual gestão da Abin nas investigações da Polícia Federal, Padilha defendeu "a apuração sobre o envolvimento individual em todas as instituições".

"Os processos de apuração não se restringem à Abin, envolvem todos os órgãos, sejam civis ou militares. E nós não descansaremos enquanto todos aqueles envolvidos com os crimes preparatórios do dia 8 de janeiro e o próprio 8 de janeiro sejam devidamente apurados, punidos", disse Padilha.

"Existia uma organização criminosa a partir do Palácio do Planalto do governo anterior, que envolveu várias instituições. O clima e o ódio semeados durante o governo anterior contaminaram várias instituições civis e militares. A apuração sobre o envolvimento individual em todas as instituições tem que continuar."

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão nesta segunda-feira (29) para avançar na investigação sobre a atuação da chamada "Abin paralela" no governo Bolsonaro. Um dos alvos é o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do ex-presidente.

Segundo a PF, as medidas cumpridas têm como objetivo "avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin".

De acordo com as investigações, o CIN (Centro de Inteligência Nacional) –estrutura criada durante a gestão Bolsonaro e apelidada de Abin paralela– usava ilegalmente uma ferramenta israelense para monitorar a geolocalização de adversários do ex-presidente.

Entre alvos estariam os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, uma procuradora responsável pela investigação da morte de Marielle Franco e políticos como o atual ministro da Educação Camilo Santana (PT), então governador do Ceará.

Na semana passada, foram expedidos mandados de busca e apreensão contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), diretor da Abin na época em que o uso ilegal do software teria ocorrido, e sete policiais federais que trabalharam na agência.

No pedido que fez ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes para a realização de operação desta quinta-feira (25), a PF afirma que "a direção atual da Abin realizou ações que interferiram no bom andamento da investigação". 

 

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