Rui Costa fala sobre desafios da gestão, eleições 2022 e futuro político

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Rui Costa fala sobre desafios da gestão, eleições 2022 e futuro político

O governador concedeu uma entrevista exclusiva ao jornal FOLHA DO ESTADO 

Crédito: Divulgação

Em passagem por Feira de Santana, na última quinta-feira (26), para entregar a ampliação do Sistema Integrado de Abastecimento de Água (SIAA) do município e inaugurar reforma e a ampliação da área administrativa do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), praça de alimentação do Hospital Estadual da Criança (HEC) e da Policlínica Regional, além de anunciar novos investimentos para Feira de Santana e região, o governador concedeu uma entrevista exclusiva à equipe de reportagem do jornal FOLHA DO ESTADO DA BAHIA, na qual tratou sobre as ações que lhe trouxeram orgulho e os principais desafios que marcaram os dois mandatos como chefe do executivo estadual. Rui Costa também falou sobre as eleições deste ano e o futuro político a partir do ano que vem. Os principais trechos você confere nesta página.

FOLHA DO ESTADO: Governador, já estamos a 8 meses para a conclusão do mandato. Durante esses 8 anos de governo, do que a Bahia poderá se orgulhar?

RUI COSTA: Não foram anos fáceis, mas com certeza os baianos têm muitos motivos para se orgulhar do que conseguimos construir e melhorar em nosso estado nesse período. Podemos nos orgulhar de viver no estado que mais investe, em diversas áreas, apesar de todas as dificuldades que a Bahia e o Brasil enfrentam. Em volume total de investimentos, a Bahia fica atrás somente de São Paulo, mas é uma comparação até injusta, já que eles arrecadam quase cinco vezes mais que nós. Somos o estado que mais investiu na saúde nos últimos anos, entre todos do país. Devemos nos orgulhar também de estar entre os estados que melhor enfrentaram a pandemia da Covid-19, evitamos o colapso no atendimento que vitimou tanta gente em outros estados. São muitas realizações e uma gestão com responsabilidade fiscal. Novos hospitais, policlínicas regionais, grandes obras de infraestrutura espalhados em todas as regiões, da capital e do interior. E muito ainda será entregue, até finalizarmos este mandato.

FOLHA DO ESTADO: O senhor teve como slogan "correria", afinal administrar um estado do tamanho da Bahia, tem que ter o pé quente mesmo. Mas essa correria só vai durar até dezembro. A partir de janeiro, então, o senhor pretende desacelerar e descansar? Qual será o futuro de Rui Costa a partir do ano vindouro?

RUI COSTA: É uma pergunta que sempre me fazem. Muitos arriscam que eu vou assumir algum cargo federal, a partir de janeiro de 2023. Não há nada certo.

FOLHA DO ESTADO: Quais os maiores desafios que o senhor enfrentou ao longo destes dois mandatos?

RUI COSTA:
Sem dúvida o enfrentamento da pandemia foi o maior desafio que enfrentamos. Foram dois anos muito difíceis, com decisões muitas vezes amargas, mas necessárias. Nosso foco sempre foi preservar a vida dos baianos. Muitas medidas precisaram ser tomadas de forma rápida para garantir o atendimento à população e isso só foi possível à base de muito trabalho e dedicação do Governo e do nosso povo, o que foi decisivo para que tivéssemos a segunda menor taxa de mortalidade pela Covid-19 no Brasil. Outro grande desafio que tivemos que enfrentar, mesmo antes da pandemia, foi a quase completa ausência de ações e contribuição do Governo Federal. Tenho certeza de que ainda mais poderíamos ter feito se tivéssemos um presidente que olhasse com carinho para a Bahia e para o Nordeste.

FOLHA DO ESTADO: Sentiu medo em algum momento?

RUI COSTA:
Medo, acredito que não. Há incertezas e algumas angústias. Mas a determinação de que precisávamos fazer um governo para cuidar de gente foi o sentimento que prevaleceu e está sempre comigo em todos os momentos.

FOLHA DO ESTADO: No que tange a Feira de Santana, a capital do interior baiano, quanto e como o governo investiu?

RUI COSTA:
Investimos muito e em diversas áreas na cidade de Feira de Santana. Somente em saúde foram mais de R$ 260 milhões nos últimos anos. Além das ampliações no Hospital Clériston Andrade, construímos o Hospital Estadual da Criança e a Maternidade, a Policlínica Regional de Saúde e uma UPA. A educação também é outro exemplo de investimento robusto em Feira, com um valor que já se aproxima dos R$ 250 milhões, desde que assumi o governo. Estamos construindo quatro novas escolas, modernas e bem equipadas, além de requalificar as estruturas de outras 23 unidades escolares na sede e no interior do município. Também investimos em obras de urbanização, aumentamos significativamente as coberturas de saneamento e abastecimento de água com investimento em obras dessas áreas. Na segurança, foram mais de R$ 50 milhões investidos em obras de estruturas para as polícias Civil e Militar e novas viaturas. Desse total, R$ 8 milhões estão sendo aplicados na reforma do Complexo Policial Investigador Bandeira. Enfim, é um alto volume de investimentos e uma lista extensa de ações, mas uma cidade do porte e da importância de Feira de Santana não só precisa, como merece essa dedicação.

FOLHA DO ESTADO: Quais novidades o senhor tem ainda a anunciar para Feira de Santana, além destas que estão sendo inauguradas hoje?

RUI COSTA:
Somente nesta última visita a Feira anunciamos a construção de duas novas escolas e ampliação com modernização em outras sete. Também autorizei o início das obras para mais uma ampliação no Hospital Clériston Andrade, intervenções de urbanização no entorno da Lagoa Grande e a construção de novas sedes para as Polícias. Estamos mostrando que o trabalho pela cidade não para e, certamente, ainda este ano retornaremos para entregar o resultado de mais esses investimentos.

FOLHA DO ESTADO: Se tivesse que olhar pra trás e mudar alguma coisa no governo, o que mudaria?

RUI COSTA:
Nosso objetivo em todos os dias do governo foi colocar em prática obras e ações que mudassem a realidade das pessoas, dando mais dignidade e qualidade de vida. Atuamos na saúde, na educação, na agricultura familiar, atraímos investimentos que geraram renda e empregos, construímos estradas, fizemos muitas obras, mas é claro que queremos fazer muito mais. Cumprida a minha missão, espero entregar essa tarefa ao meu colega Jerônimo Rodrigues, para que ele siga transformando a Bahia.

FOLHA DO ESTADO: No campo político, governador, como senhor avaliação a atuação do candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) ainda nessa fase de pré-campanha?

RUI COSTA:
Jerônimo tem percorrido a Bahia, levando sua mensagem a todas as pessoas. Nos últimos oito anos ele teve uma atuação mais técnica, como secretário de Desenvolvimento Rural e da Educação. Agora, se consolida mais politicamente. Ele representa a continuidade renovada de uma forma de governar que tem dado certo na Bahia nos últimos 15 anos. As pessoas começam a relacionar Jerônimo com esse modelo, e seu crescimento nas pesquisas reflete isso. Sua atuação tem sido bem conduzida e vai melhorar com o passar do tempo.

FOLHA DO ESTADO: As pesquisas em âmbito nacional e estadual lhe dizem que o grupo político está no caminho certo?

RUI COSTA:
Sim, com certeza. No país inteiro, ninguém aguenta mais esse desgoverno. O Brasil, que era um país festejado no mundo inteiro, hoje é motivo de chacota, perdeu a admiração internacional, e os grandes empresários não querem mais investir aqui. Existe uma saudade muito grande da forma como o Brasil cuidava da sua população antes do golpe que tirou a presidenta Dilma do poder. O presidente Lula é a esperança do resgate desse período de prosperidade.

FOLHA DO ESTADO: E quanto aos adversários tanto lá quanto cá, o que tens a dizer sobre eles?

RUI COSTA:
Prefiro não falar dos adversários, mas posso dizer que todos são aliados de um presidente que está destruindo o Brasil e por isso tem uma rejeição muito grande não só no Brasil como na Bahia.

FOLHA DO ESTADO: Governador, pra encerrar, aqui, em Feira de Santana, a família de um jovem chamado Marcelo Felipe Guerra dos Santos Rocha (18 anos) está acusando a PM de tê-lo executado de forma irresponsável e ainda acusa os policiais envolvidos na ação de terem forjado uma troca de tiros para incriminar o rapaz. O caso ganhou repercussão na cidade por não acreditarem na versão apresentada pelos policiais envolvidos no caso. O que o senhor, enquanto chefe de estado, tem a dizer a essa família sobre violência policial na Bahia?

RUI COSTA: Eu digo a todos os baianos e baianas que a nossa determinação é de que todos os casos sejam investigados e esclarecidos e que as forças de segurança ajam com firmeza para proteger a sociedade, rigorosamente, dentro da lei. 

 

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Quarta, 01 Mai 2024

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