Mães de prematuros e a expectativa de ir para casa

Saúde e Bem EstarFeira de Santana

Mães de prematuros e a expectativa de ir para casa

Angelma é mãe de um casal de gêmeos prematuros 

Crédito: Divulgação

Cada novo grama acrescida ao peso é motivo de comemoração e de renovação de esperança pela alta médica e a tão desejada ida para casa. Este sentimento é compartilhado por cada uma das mães de bebês prematuros internados no Hospital Inácia Pinto dos Santos, o Hospital da Mulher. Na unidade hospitalar, mães e bebês contam com toda assistência e atenção necessária. Durante este mês, quando é realizada a campanha Novembro Roxo, a Fundação Hospitalar de Feira de Santana está chamando a atenção para a importância da gestação planejada e do pré-natal completo, o que minimiza os riscos da prematuridade.

Quando estava na 34ª semana de gestação, Angelma Pereira teve que ser submetida a um parto de emergência. Ela foi diagnosticada com restrição de placenta, o que foi agravado por se tratar de uma gestação de gêmeos. Aos 35 anos de idade, e após 15 anos do segundo filho, a professora deu à luz a Artur e Valentina, durante a madrugada após horas de monitoramento.

Os gémeos prematuros nasceram pesando pouco mais de 1.5Kg cada, e foram imediatamente encaminhados para o berçário do Hospital da Mulher. Eles estão há mais de 15 dias na unidade hospitalar, assistidos na Unidade de Cuidados Intermediários (UCINca), sob o Método Cangurú, afim de adquirir o peso necessário para a alta médica.

"Eu tive duas surpresas: o parto ser antes da data prevista, pela diferença de peso dos bebês, e por serem gêmeos. Eu era mãe de dois filhos, agora sou mãe de três meninos e uma menina. Estou muito feliz", declarou Angelma. Otimista com a possibilidade de alta dos bebês e poder assistir os jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo do Catar no conforto de sua casa, ela ressalta que os motivos da família para comemorar vão além do futebol. "Tive sorte por ter sido diagnosticada a tempo de salvar meus bebês aqui no Hospital da Mulher. Agora só quero me juntar ao resto da família", acrescentou.

Expectativa para segurar o filho pela primeira vez

A principal expectativa de toda mãe após o parto é poder segurar seu filho. Um gesto natural e bastante representativo. Entretanto, para algumas mães de bebês prematuros, esse simples ato não pode acontecer de imediato. A vendedora autônoma, Ione da Silva Vieira, 44 anos, passou por essa experiência. Foram 12 dias de angústia, acompanhando o pequeno Ítalo Rian na UTI-Neonatal. Somente após a ida do bebê para o berçário, a mãe segurou o filho nos braços pela primeira vez, após o parto.

"Eu ia todos os dias acompanhá-lo, tirar o leite para ele e para os outros bebês internados que precisavam. Era angustiante não poder segurar meu filho, sentir o cheirinho dele. Vou levar essa experiência para a minha vida, e tudo que aprendi de lição aqui, no acolhimento, com as outras mães. Sei que vou permanecer por mais alguns dias, mas não vejo a hora de ir para casa", declarou.

Acompanhamento após a alta

As crianças que nascem prematuras no Hospital da Mulher continuam recebendo o acompanhamento pela unidade mesmo após a alta médica. O pequeno Heitor Dourado, hoje com cinco meses de vida, nasceu com 32 semanas. Passou vários dias na UTI-Neonatal. Situação que resultou em momentos de muita tensão e angústia para a família.

"Esses dias foram difíceis e frustrantes. Em alguns momentos ele estava bem e só estávamos esperando que ganhasse peso o suficiente para receber alta, em outros ficávamos tensos devido ao quadro de dificuldades respiratórias", lembrou a mãe Luana Dourado.

"O dia em que ele foi liberado foi o mais feliz do ano. Meu marido, Heitor e eu fomos recebidos com festa. A família toda estava ansiosa para conhecê-lo e muito feliz por ele ter vencido todo o processo, até estar em casa", narrou.

Mesmo já tendo alcançado o desenvolvimento motor adequado para a idade, Heitor ainda precisa fazer a estimulação precoce. Realiza fisioterapia uma vez por semana, consultas com o pediatra e o cardiologista no ambulatório do Hospital da Mulher. Esse atendimento é garantido pelo município para os recém-nascidos no Hospital da Mulher até completarem um ano de vida. Após esse período, se necessário, serão encaminhados à outras unidades de saúde especializadas.

Novembro Roxo

A presidente da Fundação Hospitalar de Feira de Santana, Gilberte Lucas, ressalta que o principal aspecto da campanha Novembro Roxo é a conscientização quanto a importância de medidas que previnem os riscos da prematuridade. "Conseguimos sensibilizar muitas mães quanto a necessidade do contato pele a pele desde o momento do nascimento. Durante a campanha orientamos e alertamos para os riscos de uma gestação não planejada e à importância do pré-natal completo, para um parto saudável", destaca. 

 

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Sexta, 26 Abril 2024

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