Advogados apontam falhas em processo e questionam prisões de acusados na Operação Sinete

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Advogados apontam falhas em processo e questionam prisões de acusados na Operação Sinete

De acordo com o advogado Marco Aurélio, não existem elementos consistentes para a prorrogação da prisão temporária.  

Foto: Gleidson Santos

Os advogados Marco Aurélio Gomes e Yuri Carneiro convocaram coletiva de imprensa, ontem (2), para comentar a situação jurídica de três acusados de envolvimento em esquema de fraudes documentais e grilagem de terras, em Feira de Santana e região. Sete pessoas foram presas temporariamente, na semana passada, durante a Operação Sinete, deflagrada pela Polícia Civil e no domingo (30), o Tribunal de Justiça da Bahia decidiu pela prorrogação da detenção por mais seis dias.

O objetivo do pronunciamento dos advogados foi esclarecer situações geradas pelo volume de notícias que vêm sendo divulgadas desde a semana passada. De acordo com o advogado Marco Aurélio, não existem elementos consistentes para a prorrogação da prisão temporária. 

"As investigações estão em curso e até então não se tem provas concretas de envolvimento destas pessoas na situação, o que por si só podemos considera como um equívoco", destacou. Marco Aurélio classificou como incômodo tratamento aplicado aos acusados. "A distinção (de tratamento) é clara: enquanto uns tiveram a aplicação de medidas cautelares, outros tiveram o aprisionamento direto, ainda que temporário. Isso não encontra elemento concreto e viola frontalmente o princípio constitucional da isonomia", argumentou. 

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A preocupação dos advogados é reforçada por conta da história construída pelos acusados ao longo do tempo na sociedade feirense. "São pessoas com diversos serviços prestados à sociedade feirense em diversos setores e não poderíamos deixar de, neste momento, prestar este esclarecimento", observou Marco Aurélio. 

O advogado Yuri Carneiro afirmou que durante todo o tempo os acusados e seus familiares tem buscado colaborar com as investigações. "Esforços não estão sendo medidos e até então, como já foi dito pelo nobre colega (Marco Aurélio), não existem indícios que comprovem a participação destas pessoas neste esquema. Não conseguimos identificar traços delitivos nos diálogos e informações do inquérito. São operações comerciais regulares", informou. 

Os advogados questionam a discrepância do tempo dos fatos investigados. "Existem fatos de 2013 e 2015. Isso não poderia desencadear prisão temporária ou preventiva dez anos depois. Se houvesse crime, deveria ser investigado à época. Não existe qualquer ligação comprometedora, ou indícios que reforcem a suspeita de participação deles em qualquer atividade ilícita", salientou Yuri Carneiro. 

Os advogados preferem nem tratar sobre a possibilidade das prisões passarem de temporárias para preventivas. "Estamos confiantes de que não ocorrerá. Se for necessário, utilizaremos todas as ferramentas legais, como habeas corpus", disse Marco Aurélio. 

 

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Quarta, 03 Dezembro 2025

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