Mãe de jovem feirense morto em ação policial recebe homenagem
Perfil do jovem Marcelo felicitou a mãe que fez aniversário
Crédito: Divulgação
O perfil de Marcelo Felipe Guerra dos Santos Rocha no Instagram, mesmo depois de sua morte, continua ativo nas redes sociais e, com mais de 18 mil seguidores, prestou uma bonita homenagem póstuma à sua mãe nesta terça-feira (21), data do aniversário dela.
No card, composto por fotos em escala de cinza, está escrito: "Os parabéns que a PM matou é que nunca mais poderei dar" e na legenda um relato emocionante que revela um pouco da convivência do garoto com a família, em especial com a mãe, Daniela Guerra, que hoje completa 36 anos de idade."Hoje, 21/06, é o aniversário da minha mãe! Seria o dia mais feliz da vida dela. Mas, como vocês, covardemente, me assassinaram, nunca mais darei um abraço nela, nem tão pouco, direi outra vez: Parabéns, mãe! Pelo contrário, ela ficará na porta de casa esperando pelo filho que nunca mais vai voltar", escreveu os administradores do perfil.
Em outro trecho, a legenda descrevia: "Minha mãe era a mulher mais extraordinária que conheci, puxou a minha vó, guerreira! Que apesar de todo o sofrimento que já passou, sempre batalhou para se manter viva! Mas os disparos que saíram das armas dos policiais da Asa Branca foram fatais e, além de matarem, atingiram em cheio o coração dela, de tal forma, que hoje, ela é apenas um corpo que respira e nada mais".
A postagem encerra com uma dura, todavia, necessária, reflexão: "Apesar de imaginar minha mãe derramando lágrimas de sangue ao ler este relato póstumo no dia mais importante da vida dela, não desejo que as mães de vocês e/ou as mães dos vossos filhos passem por tamanha e irreparável dor. Mas uma coisa é certa, ninguém foge de um tribunal chamado consciência! Vocês acabaram com a minha vida! Todavia, Deus cuidará de vocês!"
Marcelo Felipe foi morto por policiais militares em Feira de Santana, na noite de 1 de abril deste ano, após desviar de uma blitz por não ter CNH.
Na ocorrência, os policiais envolvidos na ação alegam que o jovem de 18 anos havia trocado tiros com a guarnição e esta acabou revidando.
Por outro lado a família contesta a versão e diz se tratar de uma execução, inclusive entrou com uma representação na Corregedoria da Polícia Militar da Bahia solicitando que haja apuração da conduta dos policiais envolvidos.
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