A surpreendente transferência do atacante Dudu para o Atlético-MG, apenas quatro dias após rescindir com o Cruzeiro, movimentou os bastidores do futebol mineiro. A troca de camisa entre dois dos maiores rivais de Belo Horizonte gerou reações diversas, mas foi acelerada por articulações bem coordenadas, sobretudo pela relação próxima do técnico Cuca com o jogador. A reportagem do ge apurou os detalhes da negociação, que teve início ainda com Dudu vinculado à Toca da Raposa.

Tudo começou no dia 1º de maio, quando André Cury, empresário do atacante, esteve em Belo Horizonte para negociar sua saída com o CEO cruzeirense Alexandre Mattos. No mesmo dia, Cury se encontrou com Paulo Bracks, executivo de futebol do Atlético, para discutir a possibilidade de transferência. Mesmo com tentativas internas no Cruzeiro de evitar a ida ao rival, o interesse mútuo entre o jogador e o Galo acelerou o desfecho da novela.

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O principal entrave nas tratativas foi o tempo de contrato. O Atlético-MG propôs um vínculo até 2026 com metas, enquanto Dudu exigia garantia até 2027 e conseguiu. Para viabilizar o acordo, o atacante aceitou reduzir seu salário em mais de 50% em relação ao que recebia no Cruzeiro. A presença de ex-companheiros de Palmeiras no elenco atleticano e o desejo por novos ares foram fatores decisivos para a escolha.

Apesar de inicialmente não ser unanimidade entre o Conselho de Administração do clube, a repercussão interna foi considerada melhor do que o esperado. O Atlético não manteve a negociação sob total sigilo, e Bracks chegou a admitir o andamento do acordo antes da confirmação oficial. Dudu, que usará a camisa 92 em provocação ao ex-clube, será apresentado em breve, mas só poderá estrear em junho, após a abertura da janela de transferências.