Bayern atropela Auckland em goleada histórica de dez gols
Supermundial começa com vexame que escancara abismo entre continentes
A Copa do Mundo de Clubes da Fifa mal começou e já escreveu, com letras garrafais, uma de suas páginas mais constrangedoras. No TQL Stadium, em Cincinnati, o poderoso Bayern de Munique aplicou impiedosos 10 a 0 no amador Auckland City, da Nova Zelândia, na maior goleada da história da competição. Musiala marcou três vezes, Coman, Olise e Müller balançaram a rede em dobro, e até Boey entrou na festa — isso com Harry Kane em branco. A surra foi tamanha que o público mal teve tempo de respirar entre os gols.
Tecnicamente, o confronto beirou o surreal. O Bayern, com jogadores de elite de seleções europeias, desfilou no gramado. O Auckland, por outro lado, apresentou um futebol anacrônico, de passes erráticos, domínio vacilante e marcação simbólica. Os neozelandeses, em sua maioria semiprofissionais, pareciam turistas num campo de guerra. E o placar só não foi mais largo porque os bávaros tiraram o pé — ou, como diria um veterano das rádios baianas, jogaram "na manha do gato". O único chute do time da Oceania sequer assustou o goleiro Neuer.
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O que se viu em Ohio remete à lembrança amarga de El Salvador na Copa de 1982, quando tomou um 10 a 1 da Hungria — coincidência das coincidências, também em um 15 de junho. Naquela ocasião, ao menos o gol de honra veio. O Auckland nem isso. Para os mais velhos, é como assistir a um Bahia x Gama de outrora se transformar em treino recreativo da Seleção de 70. É um retrato fiel do desequilíbrio provocado pelo inchaço artificial de torneios que, em tese, deveriam premiar excelência.
Se o objetivo da Fifa com o Supermundial é globalizar o futebol, será preciso muito mais do que boa vontade e inclusão simbólica. Essa goleada expõe o risco de transformar o torneio em circo de horrores, onde um lado compete e o outro participa por cortesia. Auckland ainda enfrentará Benfica e Boca — e torçamos para que saia de campo com dignidade. Porque no futebol, como na vida, ninguém merece ser coadjuvante do próprio vexame.
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