Bruno Henrique é considerado culpado das acusações de fraude esportiva

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Bruno Henrique é considerado culpado das acusações de fraude esportiva

Após horas de sessão, STJD condenou atacante por "atuar de forma contrária à ética desportiva" 

Foto: Divulgação / Flamengo

Bruno Henrique , do Flamengo, foi julgado nesta quinta-feira (4), na sede do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro. Em julgamento de mais de oito horas de duração, o atacante foi considerado culpado por forçar um cartão amarelo e beneficiar apostadores em 2023, em um jogo contra o Santos, no Mané Garrincha, pelo Brasileirão.

O jogador do Flamengo foi suspenso por 12 jogos e condenado a pagar uma multa de R$60 mil após o julgarem por fraude esportiva. A defesa de Bruno Henrique pode recorrer à decisão do STJD.

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Como foi o julgamento de Bruno Henrique?

O Flamengo esteve presente através do vice-presidente geral Flávio Willeman. O advogado do clube, Michel Assef Filho, pediu prescrição, mas o relator Dr. Alcino Guedes rejeitou o pedido da defesa. Logo depois, o auditor Guilherme Martorelli votou a favor da defesa de Bruno Henrique.

O auditores Dr. William Figueiredo e Dr. Carolina Ramos seguiram o relator. Apesar da maioria, o presidente da 1ª Comissão Disciplinar do STJD, Dr. Marcelo Rocha, acolheu o argumento da defesa de Bruno Henrique. A prescrição, com isso, foi rejeitada e teve a análise de mérito da causa.

Durante a 'prova de vídeo e depoimento', a defesa do jogador apresentou um lance onde o volante Zé Rafael supostamente forçou um cartão amarelo após sofrer uma lesão muscular no clássico entre Palmeiras e Corinthians. O delegado da Polícia Federal, Daniel Cola, e o representante da KTO, Pedro Lacaz, participaram do momento.

O delegado da Polícia Federal afirmou que a única conversa de Bruno Henrique foi com o irmão. Todo o resto foi entre o irmão e os demais apostadores. O advogado do Flamengo, Michel Assef Filho, leu uma declaração enviada pelo Flamengo, onde disse que não houve prejuízo esportivo.

Em breve depoimento, Bruno Henrique reforçou sua inocência. Ele não respondeu nenhuma pergunta.

"Boa tarde, Presidente. Boa tarde a todos. Gostaria de afirmar a minha inocência e dizer que confio na justiça esportiva, jamais prometido. Nas infrações que estou sendo acusado, meus advogados estão aí e falarão com mim durante a defesa do processo. Faço questão de mostrar o meu respeito e a minha total confiança nesse tribunal. Desejo um excelente julgamento a todos, que tudo transcorra rapidamente. Um forte abraço e uma boa tarde a todos. Obrigado", disse o jogador.

O Procurador reiterou o artigo 243, que Bruno Henrique atuou deliberadamente contra a equipe que defende e, mesmo se o irmão não tivesse apostado, teria configurado o artigo 243A, porque fere a ética desportiva.

O advogado do Flamengo defendeu que não houve prejuízo esportivo para o clube e pediu absolvição de tudo. "O Flamengo confia na justiça desportiva e vai estar do lado da justiça para combater. Se o Flamengo entendesse que o Bruno Henrique tomou qualquer atitude para prejudicar o clube, não estaria aqui. Estamos aqui porque entendemos que não houve qualquer infração", falou.

Os auditores, então, começaram seus votos.

Auditor e relator Alcino Guedes

  • Absolvição da denúncia do artigo 243
  • Acolhimento da denúncia do artigo 243A: pena mínima de 12 partidas e multa de R$ 60 mil

Auditor Guilherme Martorelli

  • Absolvição da denúncia do artigo 243
  • Absolvição da denúncia do artigo 243A
  • Condenação da denúncia do artigo 191 combinado com artigo 65: multa de R$ 100 mil

Auditor William Figueiredo

  • Absolvição da denúncia do artigo 243
  • Condenação da denúncia do artigo 243A: pena mínima de 12 partidas e multa de R$ 60 mil
  • Absolvição da denúncia do artigo 184
  • Absolvição da denúncia do artigo 191

Auditora Carolina Ramos

  • Absolvição da denúncia do artigo 243
  • Condenação da denúncia do artigo 243A: pena mínima de 12 partidas e multa de R$ 60 mil

Presidente Marcelo Rocha

  • Absolvição da denúncia do artigo 243
  • Condenação da denúncia do artigo 243A: pena mínima de 12 partidas e multa de R$ 60 mil
Do que Bruno Henrique foi acusado?

No Campeonato Brasileiro de 2023, no dia 1° de novembro, o atacante Bruno Henrique recebeu um cartão amarelo e depois um vermelho nos acréscimos da derrota para o Santos, por 2 a 1, no Mané Garrincha, em Brasília.

Ele foi alvo de uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro em novembro de 2024. Em abril de 2025, foi indiciado pela Polícia Federal por fraude e estelionato. A pena por fraude é de dois a seis anos de prisão e por estelionato é de um a cinco anos de reclusão.

De acordo com as investigações, o irmão de Bruno Henrique, Wander Nunes Júnior, sabia que ele receberia o cartão na partida, apostou nisso e passou a informação adiante. Há outros familiares do jogador envolvido no caso.

Vejas as trocas de mensagens entre Bruno Henrique e seu irmão

A Polícia Federal apreendeu o celular de Wander, irmão de Bruno Henrique, e registrou conversas entre os dois com suposto envolvimento do jogador do Flamengo. O diálogo aconteceu no dia 29 de agosto de 2023, meses antes do duelo pelo Brasileirão.

O irmão do jogador apostou R$ 380,86 no cartão e obteve um retorno de R$ 1.180,67. Ludymilla, esposa do irmão, fez apostas em duas plataformas diferentes, com um ganho total de R$ 1.180,67 e R$ 1.425,00, respectivamente. Já Poliana, prima de BH, apostou R$ 380,86 e obteve o mesmo valor de retorno. 

 

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Sexta, 05 Setembro 2025

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