Vitória insiste em soluções internas e flerta novamente com o rebaixamento

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Vitória insiste em soluções internas e flerta novamente com o rebaixamento

Rodrigo Chagas assume time pressionado após fiascos e gestão contestada em 2025 

📷 Reprodução: X - ECVitoria

O Vitória oficializou a efetivação de Rodrigo Chagas como técnico principal na tentativa de evitar mais um desastre no Campeonato Brasileiro. A decisão, anunciada após a vitória contra o Atlético-MG, recoloca um ídolo da casa em posição delicada: a de apagar incêndios em meio a um clube que já queimou sete vezes a mesma cartada nos últimos 15 anos. Em 2025, a equipe amarga eliminações precoces na Copa do Brasil, na Sul-Americana e na Copa do Nordeste, além da humilhação histórica do 8 a 0 para o Flamengo. Restam 16 rodadas, mas os números atuais, 17ª posição, 22 pontos e um jogo a mais que o Santos, primeiro fora do Z-4, são pouco animadores.

A análise fria mostra que o problema não se restringe ao banco de reservas. Chagas já conhece a rotina de comandar com orçamento curto, elenco desequilibrado e expectativas desmedidas. Tecnicamente, o Vitória apresenta uma equipe que oscila entre o pragmatismo defensivo e a escassez de recursos ofensivos. A vitória sobre o Atlético-MG foi sustentada por resiliência, não por construção coletiva. Se repetir esse roteiro, a margem de erro tende a ser mínima, e o desgaste físico dos titulares logo cobrará seu preço. O diagnóstico, portanto, é menos sobre a capacidade do treinador e mais sobre o modelo de gestão que insiste em soluções caseiras como estratégia central.

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As consequências dessa aposta se projetam em duas direções. Em caso de permanência, Chagas reforçará o ciclo de "salvadores internos" e manterá viva a narrativa de que o clube encontra forças na própria base para sobreviver. Em caso de queda, a diretoria terá de lidar não apenas com o impacto esportivo e financeiro de mais um rebaixamento, mas também com a perda de capital simbólico de um ídolo que será arrastado para o rol dos fracassos recentes. É um dilema de alto risco: ou a ousadia doméstica vira virtude, ou se confirma como sintoma crônico de improviso.

Olhando de fora, o Vitória parece refém da própria nostalgia. A insistência em técnicos formados na casa transmite mais a imagem de um clube que teme enfrentar o mercado do que de um projeto estruturado. Rodrigo Chagas tem experiência, identidade com a torcida e capacidade para extrair dignidade de elencos modestos. Mas o futebol de 2025 já não se contenta apenas com carisma e boa vontade. Sem planejamento, metodologia clara e reforços compatíveis, o treinador corre o risco de repetir a sina de tantos outros que passaram pela mesma cadeira. O problema, como quase sempre, não está na beira do campo, mas no comando da mesa diretiva. 

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Sexta, 05 Setembro 2025

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