Num feriado municipal que celebrava os 165 anos de Brusque, o futebol não retribuiu com festa. Diante de 1.350 torcedores no Augusto Bauer, o Brusque empatou sem gols com o Itabaiana pela 15ª rodada da Série C. O jogo, truncado e de baixo nível técnico, registrou sete cartões amarelos e uma ambulância em campo por conta de uma emergência médica nas arquibancadas. No campo, o Brusque perdeu a chance de consolidar presença no G-8; o Itabaiana, por sua vez, somou o primeiro ponto fora de casa, mas segue atolado na zona de rebaixamento.

A análise fria dos números revela mais do que o placar. O Brusque finalizou pouco, apesar de leve domínio territorial, e sua posse foi estéril na maior parte do tempo. As jogadas ofensivas dependeram quase exclusivamente de Adrianinho, que até ensaiou algo pela direita, mas esbarrou em um sistema sem infiltração e em um Olávio mal servido. A bola parada foi o único recurso próximo do gol, e mesmo assim, pouco eficaz. Do outro lado, o Itabaiana adotou postura conservadora e apostou em contra-ataques previsíveis. O excesso de faltas — boa parte delas táticas — travou qualquer tentativa de ritmo. Se havia um plano de jogo, ele foi engolido pela falta de precisão.

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Do ponto de vista da tabela, o prejuízo é maior para o Brusque. Ainda em 6º, com 22 pontos, o time vê a margem para o 9º colocado reduzir-se a apenas um ponto. Pior: com Alex Paulino, Biel e Roberto Rosa suspensos, o técnico Luizinho Lopes terá desfalques relevantes para um confronto direto na próxima rodada. Já o Itabaiana, mesmo comemorando o primeiro ponto fora, segue em 18º e precisará somar ao menos duas vitórias nos próximos três jogos para escapar da degola. A matemática não perdoa a quem empata demais — especialmente nesta reta final, onde cada tropeço pesa como derrota.

Após 25 anos de cobertura de gramados no interior do país, posso afirmar sem saudosismo: quando um time joga em casa, com tabela favorável e torcida a seu lado, e mesmo assim empata sem ousar, o problema não está apenas na execução — mas na ambição. O Brusque tem estrutura, torcida fiel e orçamento que o coloca entre os favoritos ao acesso. No entanto, atuações mornas como a de hoje indicam um time que joga para não errar, e não para vencer. E quem entra em campo só para cumprir tabela, uma hora se enrola nela. Como se diz lá na Bahia: se correr, o bicho pega — mas se ficar, é Série D.