No cenário do futebol mexicano, Javier "Chicharito" Hernández foi alvo de críticas e punições após publicar um vídeo no TikTok com declarações consideradas sexistas pela Federação Mexicana de Futebol (FMF) e pelo seu clube, o Chivas Guadalajara. O atacante, que ainda atua em alto nível em 2025, teve multa aplicada e recebeu advertência formal por promover estereótipos contrários à igualdade de gênero, um tema que vem ganhando cada vez mais relevância no esporte mundial. A reação foi rápida e uníssona, inclusive com críticas da presidente do México, Claudia Sheinbaum, que qualificou os comentários como "muito machistas".

Tecnicamente, a resposta da FMF e do clube demonstra uma crescente preocupação institucional com o papel social dos atletas, que vão muito além do campo. No futebol moderno, a postura fora das quatro linhas influencia diretamente a imagem da equipe e a relação com torcedores e patrocinadores. A penalização de Hernández é uma clara demonstração de que a cultura do futebol mexicano, embora marcada por tradições fortes, está se adaptando às novas exigências de respeito e inclusão, buscando afastar práticas que podem alimentar a violência simbólica e social no esporte.

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No entanto, a punição ao jogador deve ser vista com equilíbrio. Trata-se de um processo educativo, onde erros públicos servem para fomentar debates e reflexões importantes sobre o papel da mulher na sociedade e no futebol. É um sinal de amadurecimento que, naturalmente, encontrará resistência e aprendizado no mesmo compasso. O futebol latino-americano, especialmente, precisa caminhar para uma cultura que abrace a diversidade sem perder o "axé" — aquela energia cultural que, bem dirigida, é capaz de promover inclusão sem perder identidade.

Com mais de 25 anos acompanhando o futebol e suas transformações, ressalto que o episódio de Chicharito é sintoma da fase em que o esporte vive: de ruptura com velhos paradigmas e construção de novos caminhos. O debate sobre igualdade de gênero já é irreversível, e a cobrança social sobre os atletas, cada vez mais presente, exige deles responsabilidade e consciência. No fim, o campo pode até ser o palco, mas o espetáculo maior acontece fora dele — nas atitudes que refletem a verdadeira grandeza de quem veste a camisa.