Cruzeiro domina CRB, mas empata e adia definição para Maceió
Mineiros finalizam 23 vezes, mas esbarram em noite segura de Albino
A quarta-feira no Mineirão entregou mais frustração do que festa para os 33 mil cruzeirenses que acompanharam o empate sem gols entre Cruzeiro e CRB, pela ida das oitavas de final da Copa do Brasil. O time mineiro teve a posse (57%), empilhou 23 finalizações e forçou 11 defesas do goleiro Matheus Albino, mas novamente saiu de campo sem vitória — a terceira seguida na temporada. O resultado leva a decisão para o Rei Pelé, em Maceió, na próxima quinta-feira (07), com novo empate conduzindo a disputa aos pênaltis.
A atuação celeste expôs uma faceta recorrente do Cruzeiro versão 2025: controle territorial, pouca contundência. Sob comando de Leonardo Jardim, a equipe desenhou um 4-2-3-1 fluido, com Matheus Pereira centralizado e Bolasie e Gabriel alternando pelos flancos. A construção curta foi precisa (84% de acerto nos passes), mas rarearam as ações dentro da área. Faltou ruptura. Kaio Jorge, referência ofensiva, teve apenas duas finalizações. O CRB, por sua vez, apresentou-se com três linhas compactas e inteligência posicional. Abriu mão da bola (43% de posse), mas não da atenção. Higor Meritão e Henri comandaram a contenção, e Albino, em jornada memorável, consolidou a resistência.
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O empate em casa gera um efeito duplo para o Cruzeiro: adiciona pressão e embaralha a projeção esportiva. Com investimento robusto para 2025 e um elenco que mescla nomes experientes e promessas do exterior, o clube enxerga a Copa do Brasil como atalho estratégico — técnico e financeiro — para a retomada nacional. Ir a Maceió precisando vencer, porém, exige mais do que organização: demanda assertividade ofensiva, algo que a equipe ainda não encontrou com consistência. Do lado alagoano, o resultado valida o plano de Eduardo Barroca e credencia o CRB a sonhar, com mérito, com uma vaga entre os oito melhores do torneio.
A noite em Belo Horizonte deixou claro que não basta jogar bem — é preciso jogar com propósito. O Cruzeiro foi dominante em quase todos os indicadores, mas não no essencial. A posse, neste caso, foi quase um simulacro de superioridade. Em contraste, o CRB foi modesto nas ambições e preciso na execução. A distância entre os orçamentos, que antes impunha favoritismo automático, hoje se encurta quando o time maior abdica da intensidade final. Em Maceió, o Cruzeiro terá que fazer mais do que rondar: precisará morder — ou corre o risco de ver a Copa escapar por entre os dedos, como água de pote lascado.
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