Após cinco meses afastado por lesão na coxa direita, Endrick vive a transição entre a promessa e a consolidação no Real Madrid. Desde o último jogo, em maio, o atacante de 19 anos canalizou a frustração em investimento. Montou uma academia própria em casa, treinou na lua de mel com o preparador Vinicius Nevado e retornou ao clube com índices físicos acima da média para sua idade. Agora, aguarda a chance de estrear com a camisa 9 merengue diante do Getafe.

A trajetória recente revela um Endrick mais consciente do corpo e do contexto que o cerca. Os treinos personalizados, os ganhos de velocidade e a estabilidade muscular mostram um atleta que entendeu o padrão de exigência do futebol europeu. Ainda que Xabi Alonso veja no elenco uma concorrência pesada, com Mbappé, Vinicius Junior e Rodrygo, o brasileiro mantém o foco em ser útil dentro de um sistema que privilegia movimentação constante e intensidade sem bola.

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A readaptação de Endrick chega em momento crucial. Sem espaço nas últimas convocações de Ancelotti e a oito meses da Copa do Mundo, o jovem precisa transformar sua preparação em minutos jogados. O Real o observa como ativo de longo prazo, mas o tempo esportivo, especialmente em ano de Mundial, cobra urgência. Cada treino é, na prática, um teste de sobrevivência em um elenco de superestrelas.

Mais do que uma espera, a fase atual de Endrick é um recorte da maturidade precoce que o acompanha desde o Palmeiras. O garoto que treinava no quintal de casa agora ergue uma academia milionária em Madri, mas a essência é a mesma: competir consigo mesmo. Se o talento é inegociável, o desafio passa a ser psicológico. No futebol do Real Madrid, o espaço se conquista com paciência, mas também com presença. E Endrick parece disposto a ocupar o dele.

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