Espanha condena torcedores por ameaça racista a Vini Jr

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Espanha condena torcedores por ameaça racista a Vini Jr

Decisão histórica responsabiliza autores de ato violento em Madri 

📷 Reprodução: X (Twitter) - WanderPalmas

O futebol europeu viveu nesta segunda-feira (16) um capítulo inédito no enfrentamento ao racismo nos estádios. A Justiça da Espanha condenou quatro torcedores do Atlético de Madrid por crime de ódio e ameaça ao atacante Vinicius Junior, do Real Madrid. Os réus simularam o enforcamento do brasileiro com um boneco pendurado numa ponte de Madri, antes de um clássico pela Copa do Rei, em janeiro de 2023. A sentença determinou prisão, multa e medidas socioeducativas, configurando resposta institucional a um dos episódios mais chocantes do futebol moderno.

A decisão impõe penas de até 22 meses de reclusão ao autor que divulgou as imagens e 14 meses aos demais, além de proibições de contato com o jogador e impedimento de acesso a estádios. A Justiça ainda exigiu participação dos condenados em cursos de igualdade e combate à discriminação. É um marco simbólico: num ambiente que por vezes tratou o racismo com vista grossa, a punição direta a torcedores organizados, ligados ao grupo radical Frente Atlético, representa novo paradigma. Como diz o velho ditado do sertão, "quando o feijão queima, a panela precisa responder."

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Para o futebol sul-americano — e especialmente para o brasileiro — a condenação carrega peso político e cultural. Vini Jr., cria de São Gonçalo, ganhou o mundo vestindo a camisa do Real, mas nunca deixou de carregar o Brasil na pele. O gesto da Justiça espanhola, embora tardio, corrige um silêncio cúmplice de outros tempos, lembrando o quanto a intolerância, travestida de rivalidade, pode ferir muito além das quatro linhas. Situações semelhantes com jogadores negros já foram vivenciadas em Salvador, em Santiago ou em Roma, sempre com reações menos incisivas do que se viu agora.

A condenação não apaga a dor de Vini, nem encerra o combate ao racismo, mas inaugura uma nova régua para o julgamento desses atos. É preciso que essa jurisprudência se espalhe — da FIFA às federações locais, das arquibancadas ao discurso midiático. Se a bola segue sendo redonda, que o respeito também seja. Porque, como dizia seu Charuto em Itapoan, "o jogo só vale quando o campo é limpo." Justiça feita, mas a vigilância precisa continuar. 

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Terça, 17 Junho 2025

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