Fifa anuncia sorteio e promete ingressos com preço dinâmico
Expectativa cresce entre torcedores enquanto restrições e incertezas persistem
A menos de um ano da Copa do Mundo de 2026, a Fifa marcou para dezembro o aguardado sorteio da fase de grupos. Embora o local e o dia exato ainda não estejam definidos, o anúncio reforça a marcha apressada rumo ao torneio que será sediado em três países — Estados Unidos, México e Canadá. Até agora, 13 seleções, incluindo o Brasil, já garantiram vaga. O Brasil, aliás, segue como único país presente em todas as edições e chega com a responsabilidade de buscar o hexa após um jejum que já soma 23 anos.
Do ponto de vista organizacional, a entidade máxima do futebol acena com novidades na venda de ingressos. A comercialização começará no terceiro trimestre deste ano e deve seguir o modelo de precificação dinâmica — prática comum em eventos nos Estados Unidos, mas ainda estranha ao torcedor brasileiro. Em resumo: quanto maior a procura, mais salgado o preço. É um experimento que levanta a sobrancelha de quem já viu ingresso de final virar artigo de luxo. A promessa é de mais de seis milhões de espectadores, o que, convenhamos, exige bem mais que discurso bonito sobre "celebração global".
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A realização da Copa em solo norte-americano reacende debates antigos sobre desigualdade de acesso. Com as políticas migratórias restritivas retomadas por Donald Trump, torcedores de países como Irã — já classificado — podem ter dificuldades para entrar nos EUA. Fica a dúvida: que festa é essa que alguns não podem entrar? Se por um lado, a Copa leva o "sabor das cidades-sede" ao mundo, por outro, limita quem pode de fato saboreá-la. É uma ironia dura, ainda mais quando o futebol costuma ser vendido como símbolo de união.
Diante de tudo isso, é necessário olhar com olhos de ver. A Fifa precisa mais que slogans: precisa garantir inclusão, acesso e transparência. Ao invés de transformar a paixão em privilégio, é hora de ampliar o alcance do evento que se diz "global". Que essa Copa não seja só grandiosa no papel e nos lucros, mas também nos gestos. Porque, como se diz por aqui, festa boa é aquela onde todo mundo entra — e dança.
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