Fortaleza goleia Jaciobá garante vaga antecipada na Copa Nordeste
Base tricolor aplica 6 a 0 e expõe distância para elenco principal
No Presidente Vargas, o Fortaleza não precisou de muito tempo para confirmar o que os números da Copa do Nordeste Sub-20 já indicavam: o time é candidato ao título. A vitória por 6 a 0 sobre o Jaciobá-AL, com gols de Fash (2), Dimas, Lucas Emanoel, Bruno Branco e André, selou a classificação antecipada à próxima fase. O placar, embora largo, reflete um domínio quase absoluto — posse sustentada, pressão alta e aproveitamento cirúrgico nas finalizações. Em 2025, a base leonina parece correr em pista própria, com combustível de sobra.
Do ponto de vista tático, a equipe sub-20 demonstra mecanismos ofensivos que o elenco profissional, em crise na Série A, não consegue executar. A amplitude pelas pontas abre linhas para infiltrações de meio-campistas, enquanto a recomposição defensiva mantém bloco compacto e pouco vulnerável. Fash, destaque individual, alia velocidade a leitura de jogo rara para a categoria, criando superioridade numérica em lances-chave. Mais do que talentos isolados, há um modelo assimilado, fruto de trabalho contínuo no Pici — e isso, em futebol, não se improvisa.
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O efeito imediato é a projeção de uma geração que, se bem integrada, pode aliviar a folha salarial e renovar o discurso em campo. Contudo, há um dilema: a distância técnica e anímica entre base e profissional é tamanha que o torcedor já se pergunta se não é hora de uma mescla mais ousada. Em cenário de possível rebaixamento, a prudência da diretoria pode pesar, mas também corre-se o risco de perder o timing de maturação. É o tipo de escolha que, como diria um baiano, "se errar o ponto, desanda o prato".
Minha leitura é que o Fortaleza vive uma encruzilhada rara: possui um ativo esportivo em ebulição enquanto o time principal patina. A história do futebol brasileiro é farta em casos de elencos salvos por jovens formados em casa, mas também em carreiras queimadas pelo uso apressado. A comissão técnica precisará decidir se a prioridade é blindar o futuro ou arriscar no presente — lembrando que, às vezes, a coragem pesa tanto quanto a tática.
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