O Vitória inicia 2026 com um desenho que privilegia métodos, não improviso. A reapresentação parcial do elenco, visando à estreia no Campeonato Baiano contra o Atlético de Alagoinhas, explicita a opção do clube: enquanto o grupo principal se prepara para um Brasileiro antecipado, a equipe do estadual ficará a cargo de Rodrigo Chagas, formada por jovens da base e atletas que retornam de empréstimo. Jair Ventura fez questão de afastar qualquer sinal de desinteresse pelo torneio e garantiu autonomia plena ao colega.

Do ponto de vista estratégico, a escolha atende a duas demandas do calendário atual. Reduz o desgaste de um elenco que enfrentará temporada comprimida e resgata o Baiano como espaço de avaliação competitiva, sem tratá-lo como mera formalidade. A autonomia dada a Rodrigo Chagas, nesse contexto, funciona menos como gesto simbólico e mais como instrumento de gestão.

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Os efeitos são objetivos: jovens ganham exposição, reforços são observados sem a pressão imediata da Série A e o clube cria base para decisões futuras. Ao insistir na manutenção de uma espinha dorsal, Ventura sinaliza tentativa de romper com a lógica de reinícios frequentes que marcou o Vitória, assumindo um risco calculado caso o rendimento no estadual não acompanhe o discurso.

Na leitura crítica, o acerto está em integrar o Baiano ao planejamento. A delegação real de poder a Rodrigo Chagas indica maturidade institucional rara em ambientes marcados por urgência. O teste será sustentar a coerência quando o calendário apertar e a cobrança subir: sem prática consistente, discurso não se mantém. Se equilibrar formação, competitividade e resultado, o Vitória pode transformar uma solução circunstancial em avanço estrutural. 

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