A Juazeirense deixou escapar uma oportunidade valiosa na abertura do mata-mata da Série D do Campeonato Brasileiro. Jogando no Adauto Moraes, neste domingo (3), o Cancão de Fogo empatou por 1 a 1 com o América-RN, em partida marcada pelo equilíbrio e por um pênalti desperdiçado por Alexsandro no segundo tempo. O gol potiguar saiu dos pés de Hebert, enquanto Arthur Caculé garantiu a igualdade para o time baiano. Com o resultado, a equipe de Juazeiro levará ao menos uma dose de inquietação para o duelo decisivo na Arena das Dunas, no próximo domingo.

O duelo foi uma síntese da Série D: intensidade limitada por limitações técnicas. A Juazeirense oscilou entre tentativas de imposição física e lapsos de articulação, evidenciando certa dependência de lances isolados. O América, mais compacto, teve Souza como elo entre os setores, embora carecesse de contundência no último terço. O pênalti perdido desnuda a dificuldade crônica do time baiano em transformar superioridade circunstancial em vantagem concreta — algo recorrente nas fases agudas dos últimos campeonatos. O goleiro Renan Bragança, em defesa segura, tratou de selar a frustração local.

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O empate obriga a Juazeirense a buscar a vitória fora de casa, tarefa historicamente espinhosa para os nordestinos em cruzamentos regionais. Caso a igualdade se repita em Natal, a vaga às oitavas será decidida nos pênaltis. A pressão recai, sobretudo, sobre a comissão técnica, que terá menos de uma semana para reequilibrar emocionalmente um elenco que flerta com a instabilidade desde o fim da primeira fase. O América, com apoio de sua torcida e retrospecto mais consistente como mandante, larga ligeiramente à frente no duelo.

Ainda que o placar não tenha sido trágico, a Juazeirense falhou onde não podia: em casa e com a bola na marca fatal. Em jogos eliminatórios, perder pênalti e mando tem peso duplo. O time de Juazeiro, mais uma vez, mostra que não basta ter camisa regionalmente respeitada. É preciso transformar o suor em precisão — e, neste domingo, faltou um tantinho mais de capricho, como se diz por aqui. A missão em Natal é possível, mas exigirá não só ajustes táticos, como também um resgate urgente da convicção competitiva.