Entrar na academia pela primeira vez é como estrear numa competição sem conhecer o regulamento. Máquinas que mais parecem instrumentos de tortura, gente treinando como se fosse final olímpica e uma dor muscular que aparece no dia seguinte como lembrança de que você tentou. Mas, como em qualquer começo, o segredo é resistir. Estudos da USP mostram que 70% das pessoas desistem nas primeiras semanas. Quem segura esse tranco inicial já dá um passo à frente.

As primeiras dores — a chamada DOMS, dor muscular de início tardio — são parte do pacote. Dói mesmo, principalmente nas 24h a 72h seguintes ao treino. Isso é o corpo se adaptando, como um atleta que volta de lesão. Segundo o preparador físico André Della Creche, com duas semanas a musculatura já começa a responder melhor. E é aí que entra a inteligência do treino: alinhar articulações, manter postura correta e, acima de tudo, saber ouvir o próprio corpo.

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Outro ponto que assusta é o uso dos aparelhos. Mas com boa orientação, até o mais travado dos iniciantes aprende a se mover. A ordem do treino também importa: começar pela musculação, depois o aeróbico e a mobilidade. E se os aparelhos estiverem ocupados, nada de desespero — dá pra adaptar e seguir firme. A flexibilidade, aqui, é aliada do comprometimento.

Por fim, um bom começo também passa pela alimentação e, se for o caso, pela suplementação. A creatina, por exemplo, não é só para marombeiros — já pode entrar em cena nos primeiros meses. E não precisa treinar todo dia: três ou quatro vezes por semana bastam pra começar bem. O importante é entender que ninguém vira campeão no primeiro treino, mas todo campeão começou no primeiro dia.