Queda do Lyon obriga Botafogo a sustentar rede internacional
Rebaixamento francês pressiona finanças e dificulta novas contratações alvinegras
A decisão da Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG) de rebaixar o Lyon para a segunda divisão francesa acendeu um sinal amarelo no sistema da Eagle Football, conglomerado comandado por John Textor. O impacto atravessou o Atlântico e chegou direto ao Botafogo, principal vitrine da holding no Brasil. Com finanças integradas em "caixa único", o clube carioca poderá ter que compensar a sangria europeia, justamente no ano em que disputa a Copa do Mundo de Clubes e sonha em manter sua base campeã de 2024.
Do ponto de vista estratégico, o efeito imediato é o enfraquecimento do argumento europeu usado por Textor para atrair jogadores ao Botafogo. Com o Lyon na vitrine da Ligue 2, o apelo de uma futura transferência ao Velho Continente perde fôlego, como um vento morno no verão da Cidade Baixa. Casos como o de Thiago Almada e Luiz Henrique, que chegaram com a promessa de rota garantida para Lyon, passam a ser exceção. A queda também bloqueia potenciais receitas da primeira divisão francesa, transferindo o peso financeiro para o clube alvinegro, agora mais cobrado a vender talentos e gerar caixa.
📱 FEIRA DE SANTANA NOTÍCIAS 24H: Faça parte do canal do Folha do Estado no WhatsApp
Essa situação não é inédita no futebol mundial, mas no contexto brasileiro chama atenção, sobretudo porque o Botafogo vive um dos seus ciclos mais vitoriosos. A comparação com gestões passadas do próprio clube é inevitável: no tempo de General Severiano sem parceiros internacionais, o Glorioso já enfrentava corda esticada no bolso. Agora, mesmo com um investidor global, segue carregando um piano desafinado, herdando responsabilidades além dos seus muros. No linguajar nosso, é como dizer: quando o dono espirra lá fora, o Botafogo pega gripe aqui.
O risco, se não administrado com serenidade, é o clube sucumbir à tentação de virar simples balcão de exportação. O Botafogo precisa de solidez para seguir protagonista e não apenas como tapume de um projeto maior. Textor, que já se esquivou bem das perguntas espinhosas, terá que provar que o Glorioso não será reduzido a caixa eletrônico da holding. É tempo de pé no chão, sem se deixar embalar pelas promessas de vento. Porque no futebol, como a gente aprendeu na beira do campo, quem não cuida da casa, perde até o terreiro.
📱 Acesse o nosso site RadioGeral e TVGeral
📲 Nos acompanhe também nas redes sociais:
Comentários:
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.